Olá, olá!
2016 já era e eu tenho que dizer: MUITO OBRIGADO! Os textos da Lista do Zé me mantiveram escrevendo e buscando coisas para ler e assistir (neste ano que eu fiz as duas coisas bem pouco). 2017 vem chegando cheio de promessas, entre elas três possíveis novos álbuns em quadrinhos (que eu espero falar mais no próximo texto). Eu mal posso esperar. Por enquanto, vamos de indicação de filme pra tentar terminar este ano estranho em alto astral.
Apenas cante
Será que o diretor John Carney sabia que filmaria um dos momentos mais lindos da história do cinema quando entrou numa loja de música para captar Glen Hansard e Markéta Irglová tocando Falling slowly no filme Apenas uma vez (Once)? Segundo meu correspondente irlandês, por essas e outras, o filme se tornou um patrimônio do audiovisual na Irlanda, sendo hoje um musical permanente exibido em Dublin. Eu demorei pra conhecer esse filme e o trabalho do diretor irlandês. Num dos primeiros podcasts que gravei pro Iradex, falamos sobre o filme Mesmo se nada der certo (Begin again). Eu ainda não tinha visto o filme e fiquei curioso demais por falarem da forma como Carney tratava a música em seus filmes. Vi o filme e depois foi inevitável não assistir Apenas uma vez e ficar completamente obcecado pelo trabalho do diretor. E aí, no segundo texto da Lista do Zé, eu cantei uma bola: tinha saído o trailer do novo filme de John Carney... e o longa deve ser bom. Sing Street estreou em abril e, infelizmente, passou longe dos cinemas daqui (pelo menos por enquanto). Mas eis que, num plot twist inesperado, o filme aparece na Netflix.Em Sing Street: Música e sonho, Conor é um garoto vivendo na Dublin da década de 1980. Não bastasse a adolescência ser o que é, Conor encara o fim do relacionamento dos pais e os abusos de uma escola conservadora, seja por parte do valentão da vez, seja pelo padre-diretor-perseguidor. Mas tem algo ali que ainda vale muito a pena. Tem toda a efervescência musical dos anos 80. E tem uma garota.
Sing Street: Música e Sonho é até parecido com os filmes anteriores de Carney, já que mostra personagens tentando realizar seus sonhos através da música enquanto acompanhamos o desenrolar de um amor "complicado". Por ser baseado nas memórias de infância do diretor, acho que aqui encontramos algumas das explicações pro seu modo de fazer cinema. Numa parte específica do filme, Conor (ou Cosmo) aprende que o amor é essa coisa "feliz-triste", uma sensação comum a esta última trinca de filmes de Carney. Quem já viu os dois filmes anteriores sabe que seus finais felizes também deixam um gosto amargo na boca. Mas todo esse amargor é dissipado pela aura musical que emana das suas obras, neste último filme homenageando tudo que foi a década de 80, com Duran Duran, The Cure e tudo o mais que você achar que era necessário para ser educado nos anos 80. Sobre esta educação, cabe a Brendan, irmão mais velho de Conor, o papel de mentor nesta jornada musical.
O filme é um espetáculo à parte no momento em que vemos o processo de composição da banda Sing Street, gerando lindos momentos de catarse musical (e espetacular edição de áudio, diga-se de passagem). Se Apenas uma vez gerou a linda Falling slowly e Mesmo se nada der certo a maravilhosa A step you can't take back, Sing Street tem tantas músicas legais que é difícil escolher uma só como o ponto máximo do filme. Pessoalmente elegi Up como a clímax musical do longa. Até pensei em deixar links dos vídeos dessas músicas, mas eu acho um sacrilégio elas serem assistidas primeiro fora do filme. Veja os filmes primeiro e depois se perca nas trilhas sonoras (todas disponíveis no Spotify). E olha só, faltam três dias pro final do ano. Por que não assistir um filme de Carney por dia e acabar o ano com um sorriso no rosto?
Um adendo final sobre o filme é dizer que ele também é sobre irmandade, como a sequência final e a última frase exibida antes dos créditos deixa a entender. E eu lembrei muito do meu correspondente irlandês enquanto assistia o filme. Meu irmão Leco está desde o início do ano em Dublin (MAS NÃO VIU ONCE AINDA!!!!!). E fez aniversário no último dia 28, veja só. Parabéns, Leco! E depois deste filme aprende a escutar mais as bandas que eu sugiro...
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Ah, é sempre bom lembrar que estou colocando tudo que leio nos meus perfis no Skoob (me sigam também no meu perfil de autor) e Goodreads e o que assisto está indo pro Filmow. Cliquem nos links e me adicionem por lá.
Já leu Quem Matou João Ninguém? ou Steampunk Ladies? Que tal ir no Skoob e avaliá-los? Você ajuda a mais pessoas saberem se os livros são para elas:
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Bem rapidinho
- Dia 7 de janeiro minha banda Sobre o Fim vai estar no Garage Sounds, em Fortaleza. Bora?
- Eu e o PJ Brandão convidamos os roteiristas Pablo Casado e Marcio Moreira para falar sobre diálogos nos quadrinhos. Pessoalmente eu gostei muito do resultado. Escute aqui!
- De novo com o PJ e de novo em podcast, mas agora com o Kaio Anderson e o Gabriel Franklin, conversamos sobre como os serviços de streaming estão nos transformando. Muitas previsões para o futuro do entretenimento neste link.
E até 2017!