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31 de mai. de 2016

A gravidade cai (Lista do Zé #3)




 Olá, olá!

Tô tentando ficar em dias com minhas coisas, com meus trabalhos, com minhas filhas, tudo assim mesmo no plural. E quase, EU DISSE QUASE, não saiu e-mail este mês. Apertou tudo, mas apertou também a minha vontade de escrever sobre um desenho animado pra vocês. Só um, no singular. Mas vai valer a pena.
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A gravidade cai

Desde que nossa primeira filha nasceu que eu e minha esposa temos tentado ter bastante cuidado com o que vemos na tevê. Eu, que sempre fui fã de produções mais realistas e mais cruas, encarei o desafio de encontrar coisas com uma pegada mais “para toda a família”, mas que não duvidassem da inteligência das minhas filhas (e nem da minha mesma). Exatamente por ser fã deste conteúdo mais pesado (e concentrar boa parte da minha produção como autor neste sentido) é que admiro demais quando um autor consegue acertar em cheio numa produção para todas as idades. E este é o caso de Gravity Falls – Um verão de mistérios, animação do Disney Channel. Apesar de ter iniciado em 2012, só descobri GF recentemente, após um post no site Collant sem Decote. A capinha do desenho animado já tinha me chamado atenção várias vezes entre as opções da área Kids da Netflix, mas depois de ler o texto resolvi iniciar uma maratona junto com a Lana, minha filha de dois anos. Conhecemos a história de Dipper e Mabel, casal de irmãos gêmeos que vão passar as férias de verão com seu tivô (uma abreviação de tio-avô), Stan, proprietário da Cabana do Mistério, uma “armadilha para turistas” numa pequena cidade do Oregon chamada Gravity Falls. Mas esta cidadezinha guarda segredos. A partir da descoberta de um misterioso livro, Dipper inicia uma jornada para descobrir o porquê de tantos eventos sobrenaturais acontecerem na cidade, sempre acompanhado por Mabel e vários coadjuvantes divertidíssimos. A estrutura da história é a que ficou consagrada em produções como Arquivo X, com o “monstro da semana”. E aí é que começam os diferenciais do desenho. Cheio de mensagens secretas, códigos e mistérios apontando para uma trama de fundo maior, GF entretêm as crianças com o nonsense típico dos desenhos animados mais atuais (uma função de Mabel na narrativa), mas honrando a tradição de histórias de teorias da conspiração cheias de simbolismos numa narrativa mais linear (personificada no metodismo de Dipper). Assim se faz um produto que REALMENTE É para adultos e crianças. Sim, por que muita gente acha que dizer que um produto é destinado para todas as idades é o mesmo que dizer que ele é feito para crianças. Nã-nã-ni-nã-não. Com várias camadas narrativas, Dipper e Mabel atingem públicos diferentes de formas diferentes. As gags (obrigado, Luis Carlos Sousa, por me lembrar o termo) estão lá, mas também estão a complexa trama de conspiração e os milhares de easter eggs para os pais na casa dos trinta. Se você já cruzou esta linha, como eu, pode comemorar: você vai se divertir muito. Referências a animações em stop motion, jogos de luta (o que rende um dos melhores episódios da série), viagens no tempo e RPG são aquele temperinho secreto da série. E como eu sei que existe uma parcela de pais atuais que tem que se esforçar para entender/gostar dessa nova linha de animações capitaneada pela Cartoon Network, fique tranquilo: Gravity Falls está mais para um Duck Tales modernizado do que para A Hora da Aventura. Mesmo sendo um sucesso absoluto de audiência no canal e com vários prêmios no currículo, a animação teve uma exibição bem irregular. Com apenas duas temporadas, GF começou em 2012 e terminou somente em fevereiro de 2016. No Brasil o final da série acabou de ser exibido pelo Disney Channel, quase quatro anos após seu início. Existe MUITA coisa ainda que eu poderia falar sobre a série, que tem um monte de personagens com mensagens muito legais (a dupla de policiais e a personagem Grenda são meus destaques), um episódio piloto absurdo de bom (que coloca esse desenho animado entre as coisas sobre irmãos mais legais que já vi, junto com Fullmetal Alchemist), um dos melhores vilões infantis de todos os tempos, uma abertura cabulosíssima e um final emocionante. Dava pra falar mais coisa, mas vou deixar alguns mistérios pra você desvendar.

Tem alguns episódios de Gravity Falls para ver gratuitamente no site do Disney Channel. E tá lá na Netflix, embora incompleto até o momento em que escrevi este texto (faltam os últimos sete episódios da segunda temporada, provavelmente por que eles foram exibidos recentemente no Brasil).
(dois em cada três textos sobre Gravity Falls usam este gif para convencer as pessoas a assistirem a série)
Já viu Gravity Falls? Deixa um comentário pra gente conversar a respeito (E A VONTADE QUE SE TEM É DE CONVERSAR COM ALGUÉM DEPOIS DO FIM).

Depois do texto passado recebi a indicação do Max Krichanã da HQ Providence, nada menos que Alan Moore explorando Lovecraft. Já esperando a Panini colocar essa belezura em alguma estante ao meu alcance.

É sempre bom frisar que estou colocando tudo que leio nos meus perfis no Skoob (também no perfil pessoal) e Goodreads e o que assisto está indo pro Filmow. Cliquem nos links e me adicionem por lá. E se já leu meus quadrinhos, (IMPORTANTE! IMPORTANTE! IMPORTANTE!) não esqueçam de deixar a avaliação de vocês.

Você pode também deixar um comentário sobre esse texto no meu Facebook, no post sobre ele.

Bem rapidinho

Depois de assistir Gravity Falls, manda uma mensagem pra sua irmã ou pro seu irmão. Eu mandei pros meus. ;)

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