Leia a parte 1.
Leia a parte 2.
Leia a parte 3.
Leia a parte 4.
Leia a parte 5.
Leia a parte 6.
Leia a parte 7.
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Leia a parte 9.
– Eu era só um garoto de dez anos quando viajei à Europa com meus pais – em meio aos delírios, ouvi a voz de Lúcio conversando serenamente comigo – minha mãe era uma das mulheres mais lindas que já existiram e meu pai um austero rico senhor. Quando chegamos em Lisboa nossa família chamava a atenção dos burgueses europeus. Eu me chamava Pedro. Nunca gostei do meu nome. Era o primogênito de Antônio Maria, que na época gozava de uma das maiores plantações de cana do império. Seria tudo meu, se não fosse aquela criatura de branco. Aquela linda criatura de branco. A lua estava cheia, quando ela sussurrou no meu ouvido, na saída do teatro. Segurando as mãos dos meus pais, eu disse que ela havia falado comigo. Eles riram, falaram algo sobre um companheiro imaginário. Estávamos no restaurante mais rico da cidade. Meus irmãos mais novos, Jorge e Rita, dormiam em casa. Era quase meia noite, quando sai do restaurante com outra criança. Eu disse aos meus pais que ia até a rua brincar, mas, tanto eu quanto aquela outra criança, estávamos sendo chamados por aquela bela dama.