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18 de set. de 2008

Blogar para viver.

De repente você olha para você e vê que muito está se perdendo. Como você percebe isso? Pergunte-se agora: o que você mais gosta de fazer? Agora se pergunte de novo: quanto da sua vida você gasta fazendo isso? Parece início de texto motivacional, né? Eu odeio textos motivacionais. Mas eu gosto de escrever. Não fiz jornalismo, nem letras, nem português, nem nada assim. Mas escrever sempre foi o motor da minha vida. Contar histórias. Ou simplesmente escrever sobre as coisas. Eu devia ter uns 12 anos quando encuquei de fazer uma história em quadrinhos. Acho que nessa época a única coisa que tinha lido de quadrinhos era Turma da Mônica. Estavámos no auge dos Cavaleiros do Zodíaco, e pensei numa história que envolvia um torneio com robôs (?). Mas meu desenho era uma caca. Tinha pegado, há alguns meses, uma revista ensinando a desenhar. Era a primeira edição, coisa básica. Com algumas formas geométricas você tinha um esboço de pessoa. Eu fiz do esboço o desenho principal e mandei ver. Fui bem longe. Desenhei umas 8 páginas. Claro que achei um lixo. Nem sei por que guardei. Só soube que não sabia desenhar. Por ironia do destino, meses depois me tornei um "hq maníaco". De verdade. A Teia do Aranha, edição 98: "Peter Parker & Ben Reilly: quem ficará?", estampava a capa. Se você gosta de quadrinhos, vai perceber que era a tenebrosa Saga do Clone, considerada uma das piores do aracnídeo. Eu adorei. Consumi vorazmente quadrinhos nos anos subseqüentes. Mas faltava aquele estopim, aquela virada. E me emprestaram Watchmen. Subitamente as revistas mensais pareciam não ser suficientes, havia algo mais. E pronto. Eu já estava dominado. Mas minha paixão por quadrinhos pode ser o tema de outro texto. O que importa é que, como tudo na minha vida, resolvi me envolver "pra valer". É... é meio que um(a) qualidade/defeito minha/meu. Não basta ser viciado: tem que participar. E eu quis fazer quadrinhos. Mas quadrinhos envolvem texto e desenhos, certo? Minha última tentativa de desenho foi aquela... humanos com figura geométricas... Eu sabia que peitos quadrados não faziam sucesso. Sem desenhos, só me restava escrever. Pausa para um interlúdio. Início de 2002: estouram os BLOGs. Todo mundo falava disso... Eu precisava ver como isso funcionava! Mas lá vai meu/minha defeito/qualidade... Fiz um bendito blog. Foi meio que um local para desabafos juvenis. Escrevia sobre o que acontecia comigo, sem muita regra. Escrevia sobre as coisas que eu via, sem muita pesquisa. Foram textos que... vamos dizer... poderiam ser melhores. Postei com muita intensidade no início, mas na minha vida eu viria a me interessar por mais coisas e também entrar de cabeça nelas (qualidade/defeito), deixando o blog cada vez mais de lado... Quando eu precisava dele PARA VIVER. Dramático, hein? É a velha frase de efeito que soa incompreensível, mas que se explica nas linhas seguintes (sem querer ser metalinguístico demais). Os posts dimuíram de freqüência. O blog morreu e voltou várias vezes, com pausas de um dia a um ano. Tentei mudar o visual para ver se isso me "atraía" novamente. Por um período até funcionou. Por ironia do destino, enquanto trabalhava naquele que considero o pior trabalho que tive na vida, comecei a usar meu tempo livre para escrever. O blog viu uma produção intensa sobre CINEMA, QUADRINHOS e outras nerdices. Na época não conhecia um desenhista que pudesse realizar o meu sonho de ver meus quadrinhos "vivos", e o blog saciava essa frustração. Mas uma enxurrada de trabalho, estudos e outras "pessoalidades" ajudou a me distanciar disso. Mas deixar de escrever sempre foi muito doloroso. E eu decidi que era hora de voltar. Escrever é preciso. E aqui estou. Para tentar mais uma vez. Prometi a mim mesmo que esse espaço verá ao menos uma postagem por semana e estou acreditando que dessa vez chego lá. Para falar sobre as mesmas coisas de sempre. Quadrinhos. Hardcore. Cinema. E, por que não, de mim mesmo.

Então fica o convite para essa jornada solitária de mais um blogueiro que muitas vezes escreve apenas para si mesmo. Em um blog de um só homem. Por que no final o que importa não é receber os comentários pelo que está escrito. Como certa vez eu ouvi: a viagem é mais importante que o destino. Quando esse texto chega em você, ele já atingiu seu objetivo há muito tempo. Por que para mim, blogar é viver. (E lá se vai aquele clichê de terminar o texto com o título)

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