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19 de nov. de 2021

Como publicar meu livro ou quadrinho? (Lista do Zé #36)

 

Eu sou capaz de apostar que, se você é um escritor ou quadrinista no início de carreira, está cheio de dúvidas sobre como tornar viável seu próximo (ou primeiro) trabalho. Era uma das minhas grandes dúvidas. Hoje eu queria falar aqui sobre algumas formas possíveis de colocar o seu trabalho na rua, na mão do leitor.

Mas, primeiro

Esse tema não foi escolhida à toa. Eu mesmo vou experimentar uma nova forma de financiar e distribuir meu novo trabalho. Depois de alguns anos usando o combo edital-editora, chegou a hora de me arriscar no financiamento coletivo, ainda em parceria com a Editora Draco, que sempre comprou minhas ideias. É dessa forma que queremos colocar no mundo uma inédita edição impressa de “Mata-mata”, ebook que lancei no final do ano passado. Essa versão inclui uma nova revisão do material lançado online e ainda uma série de contos, cordéis e ilustrações que contam o ANTES e o DEPOIS da história original. Sim, é a hora de entender melhor a família Tainha, se embrenhar nos confrontos entre irmãos no evento Mata-mata e saber o que aconteceu com os personagens principais depois do trágico fim do ebook.

A campanha também vai nos ajudar a reimprimir alguns trabalhos meus que estão esgotados (se está faltando alguma HQ minha na sua coleção, fique atento) e ainda a pôr no mundo um OUTRO trabalho meu. Mas sobre esse livro novo eu falarei na próxima semana…

A campanha está prevista para começar no próximo dia 25/11 (quinta-feira), com condições especialíssimas para os primeiros apoiadores. Por isso mesmo, convido você a clicar no banner abaixo e se cadastrar para ser um dos primeiros a receber as novidades sobre o projeto no site da pré-campanha:

 

Clique na imagem para saber mais e apoiar o projeto

As formas de publicar seu primeiro trabalho

Esse texto não pode iniciar de outra forma que não seja essa: você não precisa de dinheiro para colocar suas histórias no mundo. Se sua vontade é apenas colocar para fora o que está dentro de você, existem um monte de formas para divulgar gratuitamente seus textos pela internet, seja em redes sociais para escritores, como o Wattpad, e quadrinistas, como o Tapas, ou mesmo publicando online na Amazon. Nem há cem anos grana era um impedimento para publicar, imagina agora.

Mas a verdade é que muito escritor ainda tem aquele fetiche de ver o seu trabalho impresso, o que leva a custos de impressão. E mesmo quem fica tranquilo em colocar seu trabalho apenas no mundo digital pode querer pelo menos contratar alguém para editar, revisar e diagramar o trabalho (entre outros serviços), que fazem uma diferença BRUTAL na forma como as pessoas vão ver um livro. Mas como bancar isso?

A primeira forma é do próprio bolso. Reza a lenda que o escritor André Vianco bancou a produção do seu primeiro livro com o seu FGTS. Sem dúvidas, se você tem essa possibilidade, é aquela em que haverá mais liberdade para desenvolver o seu livro. Se você quer apenas ter o gostinho de ver seu trabalho pronto, essa modalidade cumprirá esse papel. Mas, mesmo dispondo dos recursos para isso, pense que essa autopublicação pode deixar você com um monte de livros no guarda-roupa e não cumprir a função de apresentar devidamente seu trabalho para os leitores, por conta das próprias limitações que o autor tem para divulgar e distribuir seu trabalho sozinho. Eu gosto sempre de sugerir que essa seja a última alternativa. Vamos explorar outras possibilidades, pela ordem que eu sugiro que você as procure.

Quando se fala do mercado editorial, lembra-se logo das editoras. Com uma boa editora (e aqui friso o “boa”, porque existem as que não são também) seu trabalho pode chegar a mais gente, fora o acabamento profissional que uma editora pode dar. O processo de publicação por elas varia bastante, mas geralmente você procura no site ou outros canais de comunicação da editora as chamadas regras de submissão ou de envio de originais. Geralmente você envia o original pronto do seu livro para que ele seja lido por alguém da editora... e espera. O mais comum é que as editoras respondam apenas aos autores dos livros que ficaram interessadas e essa resposta pode demorar meses. A sugestão é: 1) estudar bastante as editoras disponíveis e mandar para aquelas que possuam uma linha editorial próxima da sua história (procure editoras com livros que pareçam o seu) e 2) se nas regras da editora que é seu alvo não falar nada do contrário, envie seu original para mais de uma editora ao mesmo tempo. Aí, aguarde dois ou três meses (tempo médio para análise). Se não tiver resposta, parta para o próximo passo.

Já falei em outro texto sobre editais, mas resumindo bem resumido: você participa da seleção de um órgão governamental ou de uma empresa que está disposta a patrocinar a publicação de seu livro ou HQ. Participar de editais exige primeiro que você esteja de antena ligada para saber quando eles estão abertos (usar alertas no Google pode ajudar bastante). As seleções normalmente são bem concorridas e eu nem considero essa a parte mais difícil desse processo. As principais complicações são: 1) você vai gerir a grana que receber para fazer o seu livro, logo terá que gerenciar e articular todos os prestadores de serviço necessários, e 2) envolve muita, mas muita burocracia. Se você lida bem com o ponto 1, mas não com o ponto 2, talvez a próxima modalidade sirva melhor para você.

O crowdfunding, ou financiamento coletivo, surgiu para que você possa mobilizar pessoas que gostam ou acreditam no seu trabalho no sentido de viabilizá-lo. Você vai criar um projeto num site próprio para isso, como o Catarse ou o Kickante, e vai divulgar o máximo possível para outras pessoas. Hoje já existem várias modalidades de crowdfunding, na mais comum você define uma meta financeira e tem um prazo entre 40 e 60 dias para arrecadar a grana que precisa. Se conseguir atingir a meta, parabéns, você vai receber a grana que precisa para viabilizar seu livro. Se não conseguir, você não recebe nada (claro) e o dinheiro é devolvido para quem te apoiou. Essa é uma outra forma interessante de não depender de ninguém. Por outro lado, exige MUITA organização, desde o momento em que você tem que definir o valor que precisa, com muito cuidado para não faltar dinheiro, passando pela eletrizante fase de divulgar o trabalho e chegando até o momento de enviar as recompensas para os apoiadores do projeto. Todas essas fases exigem bastante planejamento. Já vi colegas construírem suas carreiras baseadas em crowdfunding com muito sucesso. E já vi outros enlouquecerem em campanhas e prometerem nunca mais se meter em algo do tipo. Analise bem como funciona esse processo antes de entrar nele. Por sorte, as plataformas oferecem ajuda para os proponentes.

Lembrando que você pode misturar modalidades, como edital para financiar a produção somada com crowdfunding para distribuir ou ainda crowdfunding para arrecadar fundos e editora para distribuir etc. São vários caminhos, estude o que os outros autores estão fazendo e encontre o seu. Só não vale guardar suas ideias só para si.


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18 de out. de 2021

Viver de escrever? (Lista do Zé #35)

 

Hoje eu me peguei pensando que uma boa forma de me conhecer como artista seria entrevistando minha esposa. Vez por outra me perguntam sobre minha rotina e sobre produtividade (uma FARSA que será tema de um do texto meu muito em breve) e conversando com ela nesses dias percebi que é impossível ter uma rotina bonitinha com a vida profissional a que me propus. Se um entrevistador chegasse para a dona Lara com a proposta de perguntar sobre o dia a dia do marido dela, ela provavelmente diria que fica tonta só pensar no meu cérebro organizando, o tempo todo, minhas pendências de trabalho. Na profissão de escritor no Brasil, escrever é só um um pedaço da coisa. Um pedaço BEM PEQUENO em vários momentos.

Rotina? Agora estou escrevendo esse texto para enviar para uma lista de e-mails, daqui a pouco estarei resolvendo uma pendência numa prestação de contas de edital, logo depois preciso conferir o que tenho de recebimentos pendentes e à noite... Bom, à noite eu vou dar aula na faculdade (meu plano A, porque não posso chamar de plano B o que paga a maior parte das minhas contas). "E você não escreve?". Sim, em algum momento eu vou escrever, durante um longo período de dias, alucinado e focado (e deixando todas as outras coisas atrasarem). Enquanto isso, vou matando a burocracia que há por trás disso.

Apostar na escrita como profissão não é para quem é obcecado por rotina ou estabilidade (essa última é outra mentirinha capitalista). Eu demorei para entender isso, mas, quando finalmente entendi, consegui lidar muito melhor com as expectativas e frustrações que vem embarcadas em produzir arte no Brasil. E é uma coisa que pode demorar. Só depois de uma década nessa indústria vital, eu consegui falar (sem ficar envergonhado) que trabalho com isso. Talvez porque na primeira década eu mais gastava do que ganhava grana escrevendo.

Além da burocracia, tem um pouco mais... Para muita gente, meu trabalho como escritor é escrever e lançar livros autorais (aqueles feitos de forma natural, com ideias minhas mesmo). Fica escondido debaixo do tapete um sem fim de "freelas" que dão mais sustentabilidade financeira. Enquanto este ano eu lançava apenas uma obra inédita e autoral (já comprou sua Luzia?), eu estava fazendo também dois quadrinhos institucionais (encomendas para empresas), escrevendo 92 páginas de um roteiro de HQ encomendado por uma editora e ainda desenvolvendo alguns roteiros para vídeos institucionais. E falando em grana, não podemos esquecer dos eventos, que (quando pagam) são uma das melhores fontes financeiras desse ramo.

Resumindo: é preciso deixar um pouco de lado o romantismo dessa profissão. Meus amigos que vivem apenas disso, até mesmo alguns que podem se chamar de bestsellers, têm que ralar MUITO com atividades paralelas à escrita para conseguir, de vez em quando, lançar aquele trabalho que realmente saiu do coração deles.

Eu falei sem romantismo? Tá, vou me permitir uma coisa breguinha e cafona no final deste texto. A resposta que muito escritor dá quando lhe perguntam se ele vive de escrever, você já deve ter ouvido, é que eles ESCREVEM PARA VIVER. E é bem isso mesmo. A melhor forma de encarar essa atividade é entendendo que você faz porque precisa e, no decorrer do processo, vai botar para fora o que acha que precisa botar. Para mim, hoje, isso é um grande privilégio.


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29 de nov. de 2020

Meus próximos lançamentos, em primeira mão (Lista do Zé #32)


Olá, olá!

É hora de revelar mais detalhes dos meus DOIS próximos lançamentos! E o melhor: por conta da CCXP Worlds, você já pode garantir suas cópias em pré-venda com condições especialíssimas.

Meu próximo quadrinho, Luzia, citado num e-mail anterior desta lista, já pode ser adquirido por apenas R$ 29,90 (frete incluso). Estamos nas etapas finais da HQ, então a previsão de envio é de até fevereiro de 2021. Mas, nesse exato momento, nós e a editora estamos dando o gás para que o livro esteja na sua casa antes disso. O fato é que só agora você terá o menor preço com frete incluso, então aproveite por que esta oferta só é válida até o dia 6 de dezembro. Garanta a sua aqui!

E tem lançamento surpresa: volto à literatura com a noveleta policial Mata-mata. E para você que está lendo este e-mail, é daquele jeito que eu sei que você adora: GRATUITO. Lançado (por enquanto) apenas em formato digital, este livrinho é um projeto transmídia que contará ainda com ilustrações, trilha sonora e até um áudio drama. O lançamento oficial será no dia 27 de dezembro e você pode garantir o seu agora sem nenhum custo. Você faz a "compra" na minha loja e no dia do lançamento o livro será enviado para o seu e-mail. Garanta o seu aqui!

Para saber mais sobre os lançamentos, role o e-mail um pouquinho para baixo. Falo também da minha participação na CCXP Worlds neste mesmo texto, incluindo uma intensa programação de eventos ao vivo, com palestras e bate-papos. Te espero lá!

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A Grande Seca, como foi conhecido um grande período de estiagem ocorrido no Nordeste de 1877 a 1879, foi o mais devastador fenômeno de seca da história do Brasil, e pode ter sido responsável pela morte de até meio milhão de pessoas. Em meio a uma multidão de retirantes no sertão de Sobral, cidade do interior do Ceará, Luzia sonha com uma vida melhor, enquanto lida com a doença da mãe e o assédio de um soldado. Por ter músculos fortes, força incomparável e características masculinizadas, ela ganha a alcunha de "Luzia-Homem". Mesmo neste clima desfavorável, a retirante vê florescer uma nova amizade e também um grande amor.

Adaptado para o cinema e para o teatro, Luzia-Homem é um clássico absoluto da literatura brasileira. Publicado pelo escritor cearense Domingos Olímpio no ano de 1903, descreve as agruras do sertanejo num dos períodos mais difíceis da história do Ceará, enquanto trata de temas como assédio e violência de gênero. Luzia é uma adaptação inédita do romance para os quadrinhos e tem roteiro de Zé Wellington (Cangaço Overdrive, Steampunk Ladies) e desenhos de Débora Santos (Gringo Love, Pombos). Este projeto é apoiado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura - Nº 13.811, de 16 de agosto de 2006.

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Lançamento oficial em 27 de dezembro
Garanta sua cópia digital gratuita


Durante os anos 1980 e 1990, o Ceará e boa parte do Nordeste viveram um período caótico, no auge dos tempos de pistolagem. Políticos guerrearam muito além do campo das palavras, utilizando pistoleiros para executar adversários. Esses controversos matadores ganharam fama no período e eram temidos principalmente nas pequenas cidades. Já nos dias atuais, quando este período parecia ter ficado para trás, um assistente social se envolve no último serviço de um pistoleiro aposentado.

Mata-mata é uma noveleta de Zé Wellington, escritor e roteirista de histórias em quadrinhos como Cangaço Overdrive (semifinalista do Prêmio Jabuti) e Steampunk Ladies (vencedora do Troféu HQMIX). Esse projeto é financiado pela Chamada Pública 003/2020-SECJEL com fundamento na Lei Federal 14.017/2020, Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural.

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Na impossibilidade de realizar um evento presencial, a CCXP este ano segue para uma inovadora versão online. É só zapear pelo site oficial do evento pra ver que eles não estão de brincadeira. Além de uma incrível lista de convidados que inclui Neil Gaiman e Art Spiegelman, o evento vai oferecer uma experiência que foge do formato de conferências online que se popularizou durante a pandemia. Além disso, está garantido o espaço dos artistas, renomeado nesta versão para Artists' Valley. Uma boa parte do evento poderá ser acessado gratuitamente. Garanta seu acesso ao evento aqui.

Este aqui é o link do meu perfil na Artists' Valley da CCXP Worlds!

Por enquanto meu perfil tem apenas um preview das minhas HQs. Mas durante os dias do evento (04 a 06/12/20), você terá acesso a uma loja com meus produtos com preços muitos especiais e poderá interagir comigo e outros convidados em vários horários através de eventos online, que poderão ser assistidos através da plataforma da CCXP ou pelo Youtube. Na falta do contato pessoal com os leitores no evento, através do meu canal do Youtube (inscreva-se aqui) e também de outros colegas, vamos poder conversar sobre diversos assuntos em transmissões ao vivo. Confira os dias e horários abaixo:

04/12 (sexta-feira)


05/12 (sábado)
06/12 (domingo)

 

 

 

30 de mar. de 2020

O amor nos tempos da pandemia (Lista do Zé #29)



Olá, olá!

O negócio tá meio assustador, eu admito. Nesta segunda-feira (30/03), completei 15 dias em quarentena na minha casa. O coronavírus desafia nossa lógica social. Ao mesmo tempo, esse tempo enfurnado com minha esposa e filhas me fez valorizar algumas pequenas coisas da correria diária, talvez por que é uma característica minha ver o lado bom desse tipo de situação. Ainda não sei como serão as próximas semanas, mas no geral temos conseguido passar muito bem por esse momento aqui em casa, com as crianças aproveitando como nunca essa aproximação familiar. Há coisas negativas? Ô, se há. Não dá pra ignorar os fatores econômicos, que a gente aqui em casa também vai sentir. Mas, ainda assim, tenho a convicção de que ficar em casa é a melhor opção no momento. Vamos ter que pensar nas consequências financeiras no momento seguinte, infelizmente. Pra você que lê esse texto, caso tenha condições, avalie apoiar iniciativas na sua comunidade para diminuir os impactos daquelas pessoas que não tem os privilégios que nós temos. E proteja seus pais e avós. Isso tá próximo de acabar, eu sinto isso. Infelizmente, não são muitas as coisas que eu posso fazer para conter o avanço da doença. Sendo assim, vou contribuir da forma que sei: com conteúdo. Pretendo aumentar os textos da minha lista de e-mails nas próximas semanas, pra começar.



Além disso, pra esse período de isolamento social, junto com uma galera dos quadrinhos brasileiros, criei uma iniciativa que disponibiliza quase duas centenas (e subindo) de obras nacionais para leitura gratuita no site bit.ly/hqsnaquarentena. Aproveitem, por que este material estará disponível para download somente enquanto durar o período de isolamento social. E, se curtirem os trabalhos, sigam os autores nas redes sociais e considerem comprar material deles, afinal vai ser um ano muito difícil pra gente, com poucos eventos e muitas livrarias e comic shops fechadas.

Pra essa iniciativa, disponibilizei meu quadrinho Interlúdio. Lançamos esse quadrinho online em 2008, como parte do segundo EP da minha banda Sobre o Fim (tem uma parte da história dessa publicação aqui). É uma HQ curtinha, sobre teoria do caos, desenhada pelos amigos Silvio Romero, Camila Nágila, André Pinheiro e Demétrio Braga, e que inclusive foi indicada ao Troféu HQMIX na época.

Além disso, como uma pequena contribuição na vida das pessoas nesse momento, estou articulando algumas lives com amigos no Instagram, que devem começar a acontecer já nesta semana. Vão ser vários assuntos, mas principalmente dicas sobre produção de quadrinhos e indicações de quadrinhos, música, livros e filmes. Sigam o meu perfil (@zewellington) e fiquem atentos às divulgações que vão sair por lá.

https://www.zewellington.com/p/combos.html


Outra novidade é a volta às prateleiras da minha primeira graphic novel, Quem Matou João Ninguém?, que pode ser adquiridas no site da Editora Draco, na Amazon ou diretamente comigo.

Por falar em pegar comigo, montei alguns combos com meus quadrinhos e promocionalmente estarei vendendo com frete grátis para todo o Brasil. Meu compromisso com meus leitores sempre foi de divulgar os lugares mais em conta onde comprar minhas HQs, não seria diferente neste momento econômico mais complicado, então eu tenho que dizer que sai bem mais barato comprá-las pela Amazon (com pouco mais de R$ 70,00 você consegue comprar juntas Quem Matou João Ninguém?, Cangaço Overdrive e Steampunk Ladies: Choque do Futuro). Mesmo assim, listei três motivos para comprar diretamente comigo:

1⃣ em todos os combos comprados comigo vão brindes (adesivo ou pôster A3 ou ambos nos combos a partir de três livros). E, se o comprador quiser, tem também dedicatória com seu nome nos livros.
2⃣ Steampunk Ladies: Vingança a Vapor, o primeiro volume da série, está esgotado na maior parte das livrarias, incluindo a Amazon. Tenho comigo alguns exemplares resgatados de comic shop (e que estão esgotando rapidamente).
3⃣ por que você ajuda a desaguar meu estoque de quadrinhos, que eu esperava baixar nos eventos cancelados neste semestre.

O link para a compra dos combos é facinho: bit.ly/zwcombos

E a vida segue. Se quiser precisar de alguém para conversar, responde este e-mail que ele chega direto na minha caixa de entrada.

Fique em casa e cuide da sua família.

13 de fev. de 2020

Roteirista de quadrinhos no Brasil? (Lista do Zé #28)



Olá, olá!

Ano passado completei 15 anos nesta vida de histórias em quadrinhos, mais especificamente como roteirista. Nos últimos tempos tenho recebido diversas dúvidas de outros colegas iniciando nesta atividade e pensei que poderia ser legal escrever sobre esses anseios. É bom destacar que, mesmo debutante na atividade, ainda estou aprendendo sobre ela e sobre o mercado, então as 7 perguntas que eu respondi abaixo são mais relacionadas à minha visão como roteirista.

Mas, primeiro

Preciso da sua ajuda para colocar no mundo uma inédita edição impressa de “Mata-mata”, ebook que lancei no final do ano passado. Essa versão inclui uma nova revisão do material lançado online e ainda uma série de contos, cordéis e ilustrações que contam o ANTES e o DEPOIS da história original. Sim, é a hora de entender melhor a família Tainha, se embrenhar nos confrontos entre irmãos no evento Mata-mata e saber o que aconteceu com os personagens principais depois do trágico fim do ebook.

ACESSE CATARSE.ME/MATAMATA OU CLIQUE NA IMAGEM PARA APOIAR! 


 

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Tem que ser meio DOIDO para encarar uma carreira de roteirista de quadrinhos no Brasil (ou amar quadrinhos e não ter disposição para aprender a desenhar). Tem, sim, um montão de gente no país fazendo roteiro para HQ (e muito bem), mas as funções ligadas a desenho são bem mais populares. Saber desenhar realmente é uma mão na roda para contar histórias em forma de quadrinhos, ao mesmo tempo que não dispor dessa habilidade vai dificultar um pouquinho (mas não tornar impossível) a vida do pretenso quadrinista.

Escrevi meus primeiros textos ainda na adolescência. Os quadrinhos entraram na minha vida bem depois da literatura (que ainda é presente na minha vida, mas com muito menos intensidade). Minhas primeiras tentativas de fazer quadrinho vieram durante a explosão dos animes no Brasil, lá quando Os Cavaleiros do Zodíaco chegaram por aqui. Foi quando descobri também que é necessária muita dedicação para ser um bom desenhista. Mas, já na adolescência, eu era um multifazedor-de-coisas e vi que não dava para aprender a desenhar, aprender a tocar violão, organizar eventos, passar no vestibular etc. ao mesmo tempo. Durante um curso de cinema me dei conta que os roteiros poderiam ser um melhor caminho para mim. E assim vem sendo.

Separei abaixo algumas das principais perguntas que recebo sobre esta função. Elas podem ser um guia para as pessoas que pretendem se jogar nesta maluquice.

1. Um roteirista é aquele cara que faz as letrinhas das histórias?
Por mais boba que essa pergunta possa parecer, eu me sinto na obrigação de começar por ela. Quem faz as letrinhas nos quadrinhos é um profissional importantíssimo chamado letrista (nos meus últimos quadrinhos, tive o privilégio de contar com o incrível Deyvison Manes na função). Para letreirizar a HQ, o letrista utiliza o roteiro, essa, sim, a peça fundamental do trabalho do roteirista. O roteiro é um documento que guia a criação das histórias em quadrinhos. Não existe um formato pré-definido para ele, pesquisando pela internet você vai encontrar modelos diferentes. Embora a maioria dos roteiristas escreva um texto descrevendo o que quer que seja desenhado, há colegas que desenham seus roteiros, como se fosse um esboço da história em quadrinhos (é assim que são feitos os roteiros da Turma da Mônica). Coloquei um trechinho do roteiro de Cangaço Overdrive neste link, para quem tiver curiosidade em ver como são os meus. Ah, embora não seja função do roteirista letreirizar sua HQ, é bem interessante ele ter noções sobre esta função (dica para a vida).

2. Como consigo pessoas para desenhar meus roteiros?
Essa é a pergunta que mais recebo no inbox do meu Instagram. Para um roteirista iniciante, é um desafio absurdo convencer um bom desenhista a desenvolver seus primeiros roteiros. As sugestões que eu daria seriam as seguintes: A) comece com roteiros de histórias curtas (entre 4 e 12 páginas) e B) tente juntar outras pessoas que querem fazer quadrinhos e proponha trabalhos coletivos. Sobre a letra A, leve em consideração que desenhar quadrinhos é uma coisa demorada e que pode levar tempo. Histórias curtas aumentam as chances de um desenhista se interessar e de aquele seu roteiro realmente ser desenhado até o final. Sobre a B, vou contar um segredinho para vocês.... Quando me dei conta que queria ser roteirista, me vi sob essa problemática. Minha primeira ação foi criar um grupo de estudo na minha cidade, o que atraiu vários quadrinistas (a maioria desenhistas). Criamos um fanzine chamado Gattai Zine, onde publicávamos trabalhos curtinhos, misturando as pessoas do grupo. Bum! Dois coelhos com uma cajadada só. Se mesmo assim tiver dificuldades, talvez seja melhor se matricular em aulas de desenho... ou botar a cabeça para funcionar e pensar em alternativas, como fez o Marcelo Saravá no incrível 1000 Palavras, coletânea de tirinhas apenas com textos (conheça aqui). Ah, mesmo já tendo algum reconhecimento, até hoje ainda é um desafio para mim encontrar parceiros. Tanto que nos meus últimos quadrinhos eu busquei apoio de editais para conseguir pagar todos os envolvidos (falei sobre isso neste texto).

3. Você vive disso?
Hoje sim, mas não apenas disso. Tenho outras duas profissões (sou professor universitário e consultor na área de marketing). Vale dizer que nos primeiros 10 anos como roteirista/quadrinista EU MAIS GASTEI DO QUE GANHEI ALGUMA COISA. Lembro que 50% da cota dos meus exemplares de Quem Matou João Ninguém? (que lancei em 2014) enviei para a imprensa e influenciadores do meio. Felizmente, naquela época eu podia fazer isso (hoje já não tenho como). Como qualquer profissão ligada à arte, é preciso tempo e muito trabalho para estabelecer uma carreira. E, vale dizer, dentro das minhas receitas como roteirista, talvez uns 30% sejam com venda de quadrinhos. Os outros 70% vêm de participações em eventos, palestras, cursos e serviços relacionados. Conversando com outras pessoas no meio, percebi que isso é meio que bem comum.

4. Roteirista de HQ no interior do Ceará... Como é isso?
Difícil pra caralho. Nem queira saber. E olha que tenho um monte de privilégios como o homem branco que sou (nem consigo imaginar como é para quem não tem). Eu entendo (mas fico triste com) o monte de gente que desiste no meio do caminho ou acaba debandando para outras áreas, como cinema e literatura.

5. Indica livros?
Infelizmente tem pouca coisa impressa especificamente sobre roteiro para quadrinhos. Tem um material que a Opera Graphica lançou no Brasil (e que é difícil de encontrar hoje) chamado Guia Oficial DC Comics - Roteiros, escrito pelo grande Dennis O’Neil, que é um dos mais completos que já li. O primeiro material que tive acesso foi um e-book do Gian Danton, que é bem simples, mas me ajudou bastante (não é à toa que convidei o Gian para o prefácio de Quem Matou João Ninguém?). Tem alguma coisa sobre roteiro nos ótimos livros do Scott Mccloud, sendo o Desenhando Quadrinhos o meu favorito: o nome em português pode enganar (no original é Making Comics), mas ele trata de todas as etapas do processo. Tenho lido materiais de outras linguagens, que também ajudam bastante. Um dos livros que mais estudo e consulto é o Story, do Robert McKee (que é voltado para o roteiro de cinema). Tenho aqui, lá no fundo do meu coração, alimentado a ideia de escrever um pequeno manual... Quem sabe?

6. Pode ler meu roteiro e dar uma opinião?
Taí uma coisa que me perguntam muito... Fico lisonjeado quando alguém me pede uma opinião sobre algo que escreveu. Mas fazer isso é uma questão muito complexa. Primeiro, ler um texto ainda não publicado gera um certo comprometimento com aquela ideia original. Se futuramente alguma história minha apresentar algum elemento similar ao conceito que o colega me enviou, ele pode entender que eu o estou plagiando. Segundo, alguém pode ficar surpreso com isso, mas LER ROTEIROS LEVA TEMPO. Tem gente que fica até chateado quando eu digo isso, mas é importante frisar que há quem preste este tipo de serviço, conhecido como revisão crítica, e dá um trabalho danado. E, mesmo que não desse, nesta minha vida de pai do Chris, com três empregos, é muito complicado conseguir arrumar tempo para algo assim. Nem mesmo quando me pedem como serviço pago eu costumo atender. Só faço isso em situações muito especiais. Então, quando fizer este pedido para algum roteirista ou escritor, entenda se ele lhe der um respeitoso "não". Se precisar deste tipo de serviço, recomendo essa relação de prestadores levantada pelo Rodrigo Van Kampen.

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30 de jan. de 2020

Criando quadrinhos no Brasil (Lista do Zé #27)

https://open.spotify.com/episode/2FissmQ0He4qjx2zLLKFNm?si=uLEiGS2JS3i4YUwYZVONEw


Primeiramente: Feliz Dia do Quadrinho Nacional! Nós, que fazemos quadrinhos no Brasil, comemoramos esta data todo dia 30 de janeiro, em alusão à data da publicação do que se considera a primeira história em quadrinhos do Brasil, As aventuras de Nhô-Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte, de Angelo Agostini. Isso aconteceu em 1869.

Escolhi o dia de hoje para publicar um podcast onde converso com boa parte da equipe envolvida em Steampunk Ladies: Choque do Futuro. Falamos sobre como eles atuam no mercado, se vivem de fazer quadrinhos e ainda se quadrinhos e política são uma boa mistura. O programa é um prato cheio pros curiosos e, principalmente, pra quem quer entrar no mercado de quadrinhos. Dá pra escutar nos links abaixo:

Tá liberado compartilhar nas redes sociais e prestigiar essa galera que tá na labuta diária!

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O primeiro evento de lançamento de Steampunk Ladies: Choque do Futuro acontecerá no próximo sábado (01/02), em Fortaleza, durante a Feira Livre de Quadrinhos, que nesta edição acontecerá no Centro Universitário Farias Brito (R. Castro Monte, 1364 - bairro Varjota). O evento começa ao meio dia e o painel de lançamento será às 14h. Terei o prazer de dividir o momento com a querida Brendda Maria e o incrível Paulo Moreira. Meu amigo Rildon Oliver fará a moderação. Conto com a presença dos amigos de Fortaleza!


Querendo compras meus quadrinhos? Vai no site da Editora Draco ou peça o seu na Amazon (e se já tem, não esqueça de avaliar):
Informações em tempo real lá no meu Instagram: instagram.com/zewellington
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Leia mais quadrinhos nacionais!

18 de nov. de 2019

Subversão londrina (Lista do Zé #26)



Está valendo! Já está à venda o meu novo quadrinho, Steampunk Ladies: Choque do futuro, nos links abaixo:
Agora é hora de falar um pouco mais sobre o quadrinho!

Subversão londrina

 Sue e Rabiosa unem-se às sufragistas na Inglaterra do século XIX para impedir que tecnologias avançadas sejam usadas contra o resto do mundo. É uma nova aventura das personagens que surgiram em Steampunk Ladies: Vingança a vapor (2015), o livro que me deu o Troféu HQMIX na categoria "Novo Talento Roteirista". Este volume tem desenhos de Sara Prado, Wilton Santos e Leonardo Pinheiro, cores de Ellis Carlos, Ale Starling e Thyago Brandão (com contribuição da Mariane Gusmão) e letras de Deyvison Manes. Tivemos a honra de contar ainda com prefácio da Lívia Stevaux (MinasNerds) e posfácio da Dana Guedes (escritora e entusiasta steampunk). A edição ficou a cargo novamente do sensacional time da Editora Draco. Este projeto é apoiado pela Secretaria Estadual da Cultura do Governo do Estado do Ceará - Lei nº 13.811, de 20 de agosto de 2006.

Originalmente, Steampunk Ladies: Choque do futuro deveria ter sido lançado no ano passado, mas tive que engatar uma marcha mais lenta na reta final dele para conseguir finalizar e lançar adequadamente Cangaço Overdrive. É uma continuação de Steampunk Ladies: Vingança a vapor. Tenho sentimentos bem variados este primeiro volume e cheguei a pensar em não continuar essa história, que comecei lá em 2015 (um pouco antes na verdade). Os detalhes vão ficar guardados nos cofres da memória, o que importa é que se trata de um quadrinho protagonizado por mulheres e bem próximo do lançamento de "Vingança a vapor" eu comecei a duvidar que tínhamos feito um trabalho que respeitasse esse conceito principal. Nem cheguei a fazer um lançamento propriamente dito do livro. Enfim, como eu acredito que só quem pode responder se fizemos ou não um trabalho adequado são as mulheres que leram o quadrinho, penso que na balança o saldo foi positivo, já que a maioria das respostas foi muito boa. O fato é que eu sentia que num segundo volume muitas coisas deveriam mudar.

Há uma mudança brusca no tom deste novo quadrinho em comparação ao anterior. Parte disso está relacionado com o deslocamento do cenário do Velho Oeste Americano para a Inglaterra Vitoriana, mas as coisas vão bem além disso. "Choque do futuro", de alguma forma, reflete as modificações pelas quais o país e este escritor que vos fala passaram nos últimos quatro anos. O principal antagonista da história luta principalmente contra uma mudança no status quo, o que permitiria que o time de protagonistas (agora mais do que duas!) participasse no mundo moderno que se forma no universo de Steampunk Ladies. Não sei se vocês vão curtir esta aventura, mas pelo menos sei que o coração dela está apontado na direção certa.

Pode ser uma experiência mais legal ler os volumes em sequência, mas adianto que não é necessário ler o primeiro volume para entender o segundo. Pode até ser interessante inverter a ordem das histórias, começando com este segundo e entendendo o primeiro volume como um prequel (se Star Wars pode ter várias formas de ver sua cronologia, eu também posso). De qualquer forma, quem quiser adquirir esta nova edição já pode clicar aqui e comprar no site da Editora Draco. Para quem estará na CCXP - Comic Con Experience, que acontece de 5 a 8 de dezembro em São Paulo, pode pegar diretamente comigo na MESA F08 da Artists' Alley.


 


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Por falar em CCXP, no evento estarei dividindo mesa com o ilustrador Jon Bosco (conheçam o incrível trabalho dele!). Além de Steampunk Ladies: Choque do futuro (que será lançada no evento), ainda vou estar com Cangaço Overdrive e mais um monte de coisinhas (prints com as capas dos meus quadrinhos, coletâneas que participei, cordéis etc.). Pra quem é de fora do Ceará, é uma oportunidade única de bater um papo comigo e conseguir uma dedicatória em um dos meus trabalhos.


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E se ano passado eu cheguei em SP direto para a CCXP, dessa vez eu consegui me organizar para estar por lá um pouco mais cedo. Um dos grandes motivos é o Draco Spirit Fest, aniversário de 10 anos da Editora Draco, minha casa editorial desde 2013. Vai ser uma celebração ao #dracospirit, com direito a show do meu conterrâneo Jonnata Doll, um dos grandes nomes da música indie brasileira atual. Vai ser no dia 30 de novembro (sábado), a partir das 17h, no Sebo Clepsidra (Loja 2).


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Outra novidade é que volto mais uma vez para uma oficina de férias no Estúdio Daniel Brandão (em Fortaleza). Dessa vez, o tema será "Narrativa da Escrita" e o objetivo é discutir temas referentes à criação de histórias nas mais diversas mídias (focando um pouquinho nas histórias em quadrinhos). A oficina é parte do programa "As Artes Narrativas", que ainda terá as oficinas "Narrativa do Desenho" (com Daniel Brandão) e "Narrativa das Cores" (com Juliana Rabelo). A minha oficina é logo na segunda semana de 2020 (6 a 10 de janeiro, para ser mais exato), o que é massa para quem vai colocar nas resoluções de ano novo escrever um livro ou produzir uma HQ. Você pode fazer uma oficina só ou fazer todas e aproveitar um desconto na inscrição. Inscrições e mais informações pelo e-mail estudiodanielbrandao@gmail.com ou pelo telefone (85) 3264.0051. As aulas serão presenciais na sede do estúdio, na Torre Empresarial Del Passeo (Av. Santos Dumont).



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8 de out. de 2019

Fomos indicados ao Prêmio Jabuti! (Lista do Zé #25)


Olá, olá!

Cangaço Overdrive é um dos 10 finalistas na categoria História em Quadrinhos do Prêmio Jabuti, a maior premiação literária do Brasil. Só assim para eu tirar as teias de aranha dessa lista de e-mail. Juro que tentei várias vezes, em vão, sentar e pensar no meu texto #25, que a princípio seria lançado no dia 22 de agosto, em comemoração ao Dia do Folclore, com indicações de obras nacionais que exploravam temas brasileiros. Mas isso vai ficar pra próxima, por que eu fui indicado ao Prêmio Jabuti, porra! Tô bem feliz.

E é meio maluco, por que muitas coisas rolaram nesses últimos meses no cenário fantasista nacional e, sei lá, talvez tudo esteja ligado. Em agosto, estive em dois eventos literários: na Flipelô (em Salvador) e na Bienal do Livro do Ceará (que rolou em Fortaleza). Na Bahia, estive numa mesa com o quadrinista baiano Hugo Canuto (criador do quadrinho Contos dos Orixás) e em Fortaleza estive com o escritor potiguar Marcio Benjamin (especialista em terror com elementos nordestinos, autor do recém lançado Agouro) e ainda com o podcaster Rildon Oliver (Cosmonerd) e o professor/escritor/rpgista Dmitri Gadelha. Os temas foram bem parecidos: o impacto de se utilizar elementos brasileiros na escrita de ficção. No caso das mesas com o Hugo e o Marcio, formos ainda mais específicos: focamos nos elementos nordestinos.

Já tinha bastante coisa para começar a divagar a respeito, mas algumas bombas estavam para explodir. A primeira numa polêmica envolvendo uma série de ilustrações do artista gaúcho Vitor Wiedergrun, que tentava reimaginar elementos do cangaço num cenário futurista. Num texto da escritora Lídia Zuin, o nome da série de ilustrações do Vitor, Cyberagreste, vira nome de um movimento estético/literário. Foi o suficiente para uma sequência de textos (e textões) de nordestinos questionando pontos desta reportagem, que não tinha os principais interessados na história envolvidos: os nordestinos. Embora eu não tenhamos participado desse texto, Cangaço Overdrive é citado por lá, como tem estado na maior parte dessas discussões. Dessa história surge o Sertãopunk, um contraponto e quase um manifesto sobre o cyberpunk com o nordeste como cenário. Essa visão seria ardorosamente defendida por vários escritores nordestinos, com destaque para a cearense G.G. Diniz e os baianos Alan de Sá e Alec Silva. Veja só, eu entendo todo o sentimento do Vitor e da Lídia em suas produções e toda a boa vontade que está lá. Mas os questionamentos da Gabriele, do Alan e do Alec são muito válidos. Escrevi um texto para o blog da Draco falando mais sobre o sertãopunk.

E espera aí, que tem mais um ingrediente para acrescentar no caldeirão: num texto para a Folha de S. Paulo, o escritor Santiago Nazarian joga um balde de água fria nos escritores de literatura especulativa brasileiros. Nazarian escreve que esse tipo de literatura vive sempre um sentimento de que está prestes a decolar no mercado, mas que nunca chega a lugar nenhum de fato. E, claro, existiram os contrapontos, com destaque para a excelente thread no Twitter do Bruno Mantagrano e o texto escrito também para a Folha pelo escritor Samir Machado de Machado.

Ficam os links, por que ler sobre estes pontos pode ser um negócio muito enriquecedor, ainda mais se você está se propondo a ser um escritor no Brasil. Tem gente bem mais inteligente do que eu falando aí e se tem algo que eu aprendi é que ler pessoas inteligentes é um jeito de ficar um pouco mais inteligente também.

O fato é que a indicação do Jabuti chega num momento bem interessante, bem no meio dessa efervescência, onde a nossa ficção especulativa vai ganhando seu espaço entre os leitores brasileiros. Sou um cara bem novo nesse cenário e seria muito arrogante da minha parte ignorar todo o trabalho das gerações anteriores, que vem lá desde 1899, com o romance A rainha do Ignoto, da cearense Emília de Freitas. Mas eu consigo enxergar algumas bolhas sendo furadas.

Com o alto nível dos concorrentes, é difícil dizer se sigo nas próximas etapas do Prêmio Jabuti, mas fico feliz de ter conseguido chegar até aqui com um quadrinho distópico, que nada mais é do que o resultado do nosso incômodo com o cenário de retrocesso atual e um questionamento sobre os avanços destrutivos do capital. E, principalmente, uma ode à jornada do nordestino. Perdi o 22 de agosto, mas ganhei o privilégio de publicar esse texto hoje, no dia em que comemoramos os 110 anos da data de nascimento de um dos maiores poetas populares da história desse país, Patativa do Assaré. Poeta, subversivo e uma das grandes influências na criação de Cangaço Overdrive, Patativa vive em suas ideias e ideais.

Eu gostaria de agradecer a toda a equipe envolvida em Cangaço Overdrive por possibilitarem que chegássemos até aqui. Não poderia esquecer do apoio imprescindível da Editora Draco e de todos os amigos e familiares que vem ajudando a disseminar o quadrinho.

Sigamos lutando.


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DICA:

Se você ainda não tem a obra, aproveita que ela está com 30% de desconto no site da Editora Draco. Por tempo limitado!

21 de dez. de 2018

CCXP: como é estar no coração do evento (Lista do Zé #20)

FOTO: Autógrafos na mais perfeita ergonomia na Alley da CCXP.


Olá, olá!

Este ano lancei um quadrinho novo e já emendei a divulgação dele com a participação na Comic Con Experience, mais conhecida como CCXP, o que deixou esse semestre bem intenso. Por sinal, vou falar um pouquinho nesse texto da experiência de expor no evento e de participar como artista em convenções do tipo. Vai!

No coração do entretenimento brasileiro


Só no quinto ano de realização consegui participar pela primeira vez da CCXP, grande evento de entretenimento encabeçado pelo site Omelete e pela agência Chiaroscuro Studios (além de vários outros parceiros). Embora nunca tenha participado de eventos do tipo fora do Brasil, sei pelos depoimentos dos organizadores que a CCXP é baseada em eventos como a San Diego Comic Con e a New York Comic Con. O comic no nome já denuncia que os quadrinhos tiveram papel importante na origem desses eventos, mas já lá fora os estúdios de cinema (e agora também de televisão) vêm conquistando os maiores espaços de exposição. Aqui no Brasil não é diferente: nossa versão brasileira de uma grande convenção já é marcada pela divulgação dos grandes blockbusters vindouros. Mas os quadrinhos resistem e estavam representados nesta CCXP na participação de editoras como Panini, JBC e Jambô e ainda pela imensa Artists’ Alley, local onde se concentram os chamados artistas independentes (eu poderia fazer um texto inteiro sobre o uso do termo “independente” aqui, mas vou deixar pra uma próxima vez).

Há uma seleção acirrada pelo espaço na AA da CCXP. Foram aproximadamente 540 selecionados entre mais de 1.000 inscrições. Nós pagamos para ter um espaço lá, um valor que, embora venha crescendo ano a ano, ainda é menor do que o valor dos ingressos de quem vai apenas pra curtir. Para os artistas a CCXP é trabalho PESADO. Por contrato não podemos abandonar nosso espaço no evento. Embora na maioria dos casos as mesas do AA sejam duplas e permitam um rodízio (e este ano tive a companhia incrível do roteirista e letrista das estrelas Deyvison Manes), dificilmente quem está lá quer se ausentar do seu espaço, já que isso significa perder vendas (e num evento gigante como a CCXP, é pouco provável que alguém faça o mesmo caminho duas vezes). Em um dos dias, fora pequenos intervalos para banheiro e lanche, cheguei a ficar 10 HORAS na minha mesa em atividade intensa. Por que se os grandes nomes internacionais (alguns brasileiros, inclusive) podem se dar ao luxo de ficar sentados esperando as filas de autógrafo se formarem na sua frente, para a maior parte dos autores uma nova função na sua carreira precisa ser desenvolvida neste período de cinco dias de evento: VENDEDOR.

A maior parte do público passante da CCXP não consome quadrinhos. Muitos estão cientes da existência de grandes personagens dos quadrinhos, como Capitão América, Homem de Ferro e Superman, mas muito por conta dos filmes dos cinemas ou dos milhares de produtos licenciados (ou não). É nesse momento que o artista da AA precisa se apresentar e em alguns momentos até abordar algum curioso na frente da mesa para vender seu trabalho. Sei que para alguns colegas fazer isso é algo impensável e que os incomoda bastante. Eu meio que venho perdendo esta vergonha de evento pra evento, especialmente quando percebi que o que ganho desse contato é imenso, tanto na possível conversão da compra quanto num feedback imediato.

Nesta CCXP percebi o grande acerto que foi a criação do conceito de Cangaço Overdrive, que acabou sendo uma das grandes lições do evento. Misturar cangaceiros e ficção científica (além da sacada do nome do projeto e da belíssima capa feita pelo Daniel Canedo) gerou um grande número de pessoas parando em frente à minha mesa. Mas nem só de abordagens a curiosos foi feito o meu evento. Todo o trabalho que venho desenvolvendo nestes mais de dez anos fazendo quadrinhos trouxe à minha mesa muita gente que queria me conhecer e até mesmo completar a sua “estante do Zé”. Cada elogio e cada “esperando a continuação” que recebia gerava uma energia inexplicável (também conhecida como “quentinho no coração”). Contou também ao meu favor todo esforço de divulgação que fizemos, em mais uma parceria de sucesso com a Editora Draco, no decorrer de 2018. Além do buzz gerado nos primeiros meses de lançamento, antes do evento conseguimos alguns espaços importantes em veículos conhecidos em matérias com “quadrinhos indicados para conhecer no evento”. E aí vem o outro aprendizado: qual o melhor momento para fazer um lançamento de quadrinhos?

Primeiro tenho que destacar que, mesmo com toda minha organização para o evento, houve um ponto falho. O segundo volume de Steampunk Ladies deveria ser o meu lançamento para o evento, mas acabamos adiando o lançamento para não comprometer a qualidade do produto final. Lançado há mais de seis meses, Cangaço Overdrive acabou tendo que ocupar este lugar. Eu, que sempre evitei lançar meus quadrinhos próximo a grandes eventos por conta da grande concorrência no período (um dia também escrevo sobre isso), percebi o quanto seria vantajoso ter algo recente na CCXP. Meu estoque pessoal estava baixo (e preciso dizer que voltei para casa praticamente sem NADA do que levei). A situação só não foi pior por conta do apoio imprescindível que recebi da editora. Não acho que seja assim para todos os artistas, tanto que conheço colegas que não tiveram sua expectativa de vendas atendida no evento. Há algumas variáveis aí, mas penso que a maioria delas está relacionada com a habilidade que o artista tem para divulgar suas obras. Conta a meu favor minha dedicação nessa área e minha experiência profissional com marketing (meu trabalho na “vida real”). Como autor foi legal ver a saída e o interesse nas minhas obras. E olha que já fui a eventos em que eu tinha que me desdobrar para carregar de volta a maior parte do estoque que tinha levado... Pra minha sorte, a CCXP se confirmou como um local para vender, com um público sedento em consumir novidades.

Fico feliz por ter conseguido participar do evento. Meu ano foi conturbado e cheguei a desistir de ir ao evento no início do semestre. Há muito investimento envolvido nesta viagem de mais 3.000 km e a grana despendida, apesar de alta, nem é o maior dos gastos. Conciliar a vida profissional e pessoal sem muitas certezas dos retornos criam uma espécie de estresse pré-evento. Para estar na CCXP, abri mão, por exemplo, da festinha de final de ano da escola das minhas filhas, o que me gerou uma culpa enorme enquanto estava em São Paulo. E aí vale destacar o GRANDE apoio que recebi da minha esposa para encarar esta aventura. Felizmente, o resultado desta jornada foi a substituição do estresse pré-evento por uma satisfação pós-evento. Uma boa maneira de dar fim a 2018.

P.S. IMPORTANTE: nunca mude seu cabelo antes de um evento desse por que muita gente não vai te reconhecer.

Detalhe da minha mesa na CCXP 2018.


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Lá no Facebook (ou o que ainda resta dele) criei uma página, mais para poder atender a algumas necessidades de divulgação usando anúncios. Se você é um dos resistentes que ainda usam a rede, aproveita pra curtir: fb.com/zewellington (inclusive você pode deixar um comentário sobre esse texto no post dele lá).

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Ah, estou colocando tudo que leio nos meus perfis no Skoob (me sigam também no meu perfil de autor) e Goodreads e o que assisto está indo pro Filmow. Cliquem nos links e me adicionem por lá.

Já leu Quem Matou João Ninguém?, Steampunk Ladies ou Cangaço Overdrive? Que tal ir lá na Amazon e avaliá-los? Ajude a espalhar a palavra do Zé!
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Só vem, 2019!

22 de jul. de 2018

De Londres (Lista do Zé #19)

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Olá, olá!

De volta à programação normal, apresento o álbum Do Inferno, de Alan Moore e Eddie Campbell. Além disso, falo um pouco de uma primeira experiência no IGTV, ou Instagram TV, onde pretendo disponibilizar algumas dicas para quem quer aprender mais sobre contar histórias. Também para quem quer produzir, divulgo no final deste texto um curso que estarei realizando no Estúdio Daniel Brandão ainda neste mês de julho. Embarque aí, por que já estamos zarpando!

De Londres

​Não foi a primeira vez que li Do Inferno, clássico dos quadrinhos com roteiro de Alan Moore e desenhos de Eddie Campbell. Na primeira leitura, há mais de dez anos, lembro que uma das partes que mais me chamou atenção foi o capítulo IV, um elaborado passeio pela cidade de Londres conduzido por Sir William Gull, médico que viveu durante a era vitoriana e o escolhido (explico mais à frente) pelos autores como o mítico assassino Jack, o Estripador.

É um capítulo estranho, diga-se de passagem, já que você está no começo do livro, naquela expectativa de adentrar na investigação minuciosamente contextualizada de Moore e Campbell, e tem que encarar quase 40 páginas de conversa entre Gull e o seu cocheiro sobre a história de alguns locais de Londres. Confesso que na primeira leitura não entendi bem o porquê deste trecho da história, mas foi uma das partes que mais gostei, especialmente pela forma como Moore encerra o capítulo. Só uma década depois saquei o que o roteirista queria com o capítulo, além, é claro, de criar uma relação do assassino com a cidade. Um pouco antes de eu encarar Do Inferno mais uma vez, eu li outro quadrinho também lançado pela Editora Veneta no Brasil: A vida secreta de Londres. Organizada pelo quadrinista Oscar Zárate, o livro é uma coletânea de pequenos quadrinhos e contos sobre Londres. Embora, como toda coletânea, o livro tenha seus altos e baixos, uma das partes mais bacanas é o (imenso) texto introdutório, escrito pelo editor Rogério de Campos. Nele, o editor se dedica a apresentar as origens da psicogeografia, termo cunhado pelo pensador francês Guy Debord, em 1955, para tratar dos efeitos que o ambiente geográfico opera sobre as emoções e o comportamento dos indivíduos. Não sou um estudioso do assunto e é provável que eu erre ampliando e simplificando esta definição, mas ainda assim eu vou tentar: imagine um grupo de pessoas que tenta entender o efeito dos lugares (ou da história deles) nas pessoas. Na introdução de A vida secreta de Londres sabemos que Iain Sinclair, um dos mais importante nomes da psicogeografia, é um dos autores que mais influenciou Alan Moore (ambos inclusive participam desta coletânea).

E aí nós voltamos ao quadrinho, que tem seu roteiro embasado principalmente no livro Jack The Ripper: The Final Solution (1977), de Stephen Knight, que supõe que Sir William Gull, que chegou a ser médico da Rainha Vitória e da Coroa Britânica, seria o culpado pelos famosos assassinatos de cinco prostitutas durante o ano de 1888, numa conspiração arquitetada pela Maçonaria. O roteiro de Moore é meticuloso, costurando vários acontecimentos da época, documentos oficiais e tudo mais que se sabe (e também o que se supõe) sobre os assassinatos. Antes de se tomar tudo como verdadeiro, vale ler o imenso apêndice do livro, onde Moore comenta praticamente PÁGINA A PÁGINA os acontecimentos da HQ, revelando o que é real e comprovado e o que foi "mudado para fins ficcionais".

Até hoje não há consenso sobre quem foi o estripador e vez por outra, mesmo os crimes já completando seus 130 anos, algum fato novo surge. O último (que eu tenho conhecimento) foi a descoberta do DNA de um dos principais suspeitos da época, o barbeiro polonês Aaron Kosminski, em um xale de uma das vítimas. Ainda que esta descoberta encontre vários contestadores, reli Do Inferno com esta notícia na cabeça e imaginando como Moore gastou sua energia apostando num culpado que um dia pode ser inocentado, num tijolo de mais de 600 páginas, e como isso poderia fazer a obra perder sua relevância. Bobagem minha. Antes de ser uma história policial, o quadrinho é uma poderosa carta de amor e de ódio à Londres. Neste sentido, Do Inferno seguirá ainda durante muito tempo como um clássico dos quadrinhos.

Ainda assim, lá no final, em um dos apêndices desta edição brasileira da Veneta, Moore conta numa pequena história em quadrinhos a sua relação com o tema e como a obsessiva busca pelo verdadeiro estripador foi capaz de criar grandes “telefones sem fio” na história deste caso e mexer com todos aqueles que se debruçaram sobre o caso, ele mesmo incluso. E eu, como roteirista e escritor, entendi bem o ponto de Mr. Moore sobre como imergir num assunto pode neblinar os pensamentos de um contador de histórias. A mesma neblina londrina que, ano a ano, escurece as possibilidades de um dia sabermos quem foi o verdadeiro assassino.

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Recentemente o Instagram disponibilizou o IGTV, uma estrutura para vídeos mais longos voltada especialmente para quem produz conteúdo. Resolvi fazer uma primeira experiência na ferramenta com um vídeo sobre estrutura narrativa. Para conferir, é só procurar meu perfil lá no Instagram: @zewellington.

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Começa já AMANHÃ (23/07) a Oficina de Construção de Narrativas e Mercado Editorial, do Estúdio Daniel Brandão, do qual eu tenho a honra de dividir a instrutoria com os amigos Pedro PJ Brandão, roteirista, pesquisador e host do excelente podcast HQ SEM ROTEIRO, e Luís Carlos Sousa, roteirista e professor do EDB. Acontece de 23 a 27 de julho, das 19h às 22h, e ainda temos algumas vagas. Inscrições e mais informações podem ser obtidas pelo e-mail daniel.s.brandao@gmail.com.

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É sempre bom lembrar: responda este e-mail com seu comentário e ele chega na minha caixa de entrada. Você pode também deixar um comentário sobre esse texto no meu Facebook, no post sobre ele.

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See you!