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30 de dez. de 2016

Falou, 2016! (Lista do Zé #11)



Olá, olá!

2016 já era e eu tenho que dizer: MUITO OBRIGADO! Os textos da Lista do Zé me mantiveram escrevendo e buscando coisas para ler e assistir (neste ano que eu fiz as duas coisas bem pouco). 2017 vem chegando cheio de promessas, entre elas três possíveis novos álbuns em quadrinhos (que eu espero falar mais no próximo texto). Eu mal posso esperar. Por enquanto, vamos de indicação de filme pra tentar terminar este ano estranho em alto astral.

Apenas cante

Será que o diretor John Carney sabia que filmaria um dos momentos mais lindos da história do cinema quando entrou numa loja de música para captar Glen Hansard e Markéta Irglová tocando Falling slowly no filme Apenas uma vez (Once)? Segundo meu correspondente irlandês, por essas e outras, o filme se tornou um patrimônio do audiovisual na Irlanda, sendo hoje um musical permanente exibido em Dublin. Eu demorei pra conhecer esse filme e o trabalho do diretor irlandês. Num dos primeiros podcasts que gravei pro Iradex, falamos sobre o filme Mesmo se nada der certo (Begin again). Eu ainda não tinha visto o filme e fiquei curioso demais por falarem da forma como Carney tratava a música em seus filmes. Vi o filme e depois foi inevitável não assistir Apenas uma vez e ficar completamente obcecado pelo trabalho do diretor. E aí, no segundo texto da Lista do Zé, eu cantei uma bola: tinha saído o trailer do novo filme de John Carney... e o longa deve ser bom. Sing Street estreou em abril e, infelizmente, passou longe dos cinemas daqui (pelo menos por enquanto). Mas eis que, num plot twist inesperado, o filme aparece na Netflix.

Em Sing Street: Música e sonho, Conor é um garoto vivendo na Dublin da década de 1980. Não bastasse a adolescência ser o que é, Conor encara o fim do relacionamento dos pais e os abusos de uma escola conservadora, seja por parte do valentão da vez, seja pelo padre-diretor-perseguidor. Mas tem algo ali que ainda vale muito a pena. Tem toda a efervescência musical dos anos 80. E tem uma garota.

Sing Street: Música e Sonho é até parecido com os filmes anteriores de Carney, já que mostra personagens tentando realizar seus sonhos através da música enquanto acompanhamos o desenrolar de um amor "complicado". Por ser baseado nas memórias de infância do diretor, acho que aqui encontramos algumas das explicações pro seu modo de fazer cinema. Numa parte específica do filme, Conor (ou Cosmo) aprende que o amor é essa coisa "feliz-triste", uma sensação comum a esta última trinca de filmes de Carney. Quem já viu os dois filmes anteriores sabe que seus finais felizes também deixam um gosto amargo na boca. Mas todo esse amargor é dissipado pela aura musical que emana das suas obras, neste último filme homenageando tudo que foi a década de 80, com Duran Duran, The Cure e tudo o mais que você achar que era necessário para ser educado nos anos 80. Sobre esta educação, cabe a Brendan, irmão mais velho de Conor, o papel de mentor nesta jornada musical.

O filme é um espetáculo à parte no momento em que vemos o processo de composição da banda Sing Street, gerando lindos momentos de catarse musical (e espetacular edição de áudio, diga-se de passagem). Se Apenas uma vez gerou a linda Falling slowly e Mesmo se nada der certo a maravilhosa A step you can't take back, Sing Street tem tantas músicas legais que é difícil escolher uma só como o ponto máximo do filme. Pessoalmente elegi Up como a clímax musical do longa. Até pensei em deixar links dos vídeos dessas músicas, mas eu acho um sacrilégio elas serem assistidas primeiro fora do filme. Veja os filmes primeiro e depois se perca nas trilhas sonoras (todas disponíveis no Spotify). E olha só, faltam três dias pro final do ano. Por que não assistir um filme de Carney por dia e acabar o ano com um sorriso no rosto?

Um adendo final sobre o filme é dizer que ele também é sobre irmandade, como a sequência final e a última frase exibida antes dos créditos deixa a entender. E eu lembrei muito do meu correspondente irlandês enquanto assistia o filme. Meu irmão Leco está desde o início do ano em Dublin (MAS NÃO VIU ONCE AINDA!!!!!). E fez aniversário no último dia 28, veja só. Parabéns, Leco! E depois deste filme aprende a escutar mais as bandas que eu sugiro...


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Ah, é sempre bom lembrar que estou colocando tudo que leio nos meus perfis no Skoob (me sigam também no meu perfil de autor) e Goodreads e o que assisto está indo pro Filmow. Cliquem nos links e me adicionem por lá.

Já leu Quem Matou João Ninguém? ou Steampunk Ladies? Que tal ir no Skoob e avaliá-los? Você ajuda a mais pessoas saberem se os livros são para elas:

 

Bem rapidinho

  • Dia 7 de janeiro minha banda Sobre o Fim vai estar no Garage Sounds, em Fortaleza. Bora?
  • Eu e o PJ Brandão convidamos os roteiristas Pablo Casado e Marcio Moreira para falar sobre diálogos nos quadrinhos. Pessoalmente eu gostei muito do resultado. Escute aqui!
  • De novo com o PJ e de novo em podcast, mas agora com o Kaio Anderson e o Gabriel Franklin, conversamos sobre como os serviços de streaming estão nos transformando. Muitas previsões para o futuro do entretenimento neste link.

E até 2017!


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30 de set. de 2016

Sangue e sorvete (Lista do Zé #8)


Olá, olá!

Quando estava pensando no texto deste mês, passou pela minha cabeça que existe a possibilidade de que você não conheça Edgar Wright. O diretor inglês é mais conhecido por sua trinca de filmes-paródia, ou Trilogia Cornetto (ou ainda Trilogia do Sangue e Sorvete): Todo Mundo Quase Morto, Chumbo Grosso e Heróis de Ressaca (diga-se de passagem: alguém prenda o(s) cara(s) que traduziram os títulos para o Brasil).

No primeiro filme, Wright produz uma das mais célebres homenagens a George Romero, o mestre dos filmes de zumbi. No segundo (preciso rever, mas possivelmente é meu filme predileto do diretor), temos uma paródia dos filmes policiais das décadas de 80 e 90, muitos dos quais chegaram ao Brasil através da Sessão da Tarde. Já no terceiro, Wright encerra sua trilogia com uma paródia aos filmes-catástrofe. Os três filmes têm entre os protagonistas a dupla Simon Pegg e Nick Frost, mas não tem relação um com o outro, a não ser o de serem homenagens ao cinema hollywoodiano. Ainda assim são comédias inglesas e quem está habituado com o humor que vem do outro lado do oceano sabe que as piadas têm um gosto diferente, como se trocássemos o frenético café americano pelo “menos apressado” chá inglês. Penso que foi essa diferença de ritmo que afastou Wright do que poderia ser seu grande projeto de cinema de Hollywood: a adaptação para o cinema do personagem Homem-Formiga. Anunciado desde o início do projeto como diretor, meu queridinho inglês desistiu da produção alegando as famosas “diferenças criativas”. Uma pena, já que seria a ousadia máxima da Marvel colocar um cara como Wright à frente de um dos seus blockbusters. Mesmo assim, várias piadas do filmes têm a cara dele, já que, apesar das mudanças no projeto, boa parte do roteiro de Wright foi aproveitado. Fora da cadeira de diretor, Wright ainda escreveu o divertido As Aventuras de Tintin (cadê a continuação?) e produziu o cômico Ataque ao Prédio (que não é dele, mas que poderia estar dentro da sua trilogia tranquilamente).

Se acontecesse, Homem-Formiga não seria a primeira adaptação de um personagem de quadrinhos de Wright para o cinema: em 2010 ele dirigiu Scott Pilgrim contra o Mundo, baseada na elogiada obra do canadense Bryan Lee O’Malley. A injustiçada adaptação, na minha opinião, não foi bem tragada pelo público americano por sofrer do mal da maioria dos filmes do britânico: você tem que digerir um início mais complicado e mais sério (normalmente os primeiros trinta minutos) para que você consiga chegar ao suco da obra (ação desenfreada e mil gags por minuto, já próximo ao clímax).

A relação de Wright com os quadrinhos mostra um pouco do nerd que ele é. E antes mesmo das adaptações e filmes-paródia, Edgar Wright fez para a tevê Spaced, grande influência para séries que viriam bem depois, como The Big Bang Theory e Community (sdds). Exibida entre 1999 e 2001, Spaced conta com a dupla de atores-fetiche de Wright, Pegg-Frost, onde Pegg vive o personagem Tim, que tenta a sorte como desenhista de histórias em quadrinhos para uma grande editora, enquanto divide apartamento com Daisy (Jessica Stevenson, que atua e co-escreve os roteiros com Pegg), uma escritora desmotivada. Contando com um maravilhoso (e bizarro) elenco de coadjuvantes (em sua maioria amigos de Wright e Pegg), a série prestou todo tipo de homenagem possível à cultura pop em suas duas temporadas de sete episódios cada. Eu simplesmente adoro essa série. Na verdade qualquer coisa com o nome do diretor já me levanta as anteninhas (e eu sou esse tipo de cara que escolhe os filmes e avalia as expectativas sobre ele pelo seu diretor). Se você é um amante do bom cinema e anda rindo pouco das comédias atuais, fica a indicação.

Infelizmente as únicas obras de Edgar Wright presentes na Netflix são Heróis de Ressaca e As Aventuras de Tintin. Mas é bom ficar ligado por que os filmes dele costumam entrar e sair rapidamente do serviço de streaming.


E aí, já viu algo do Edgar Wright?

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  • Aqui no Ceará, a Fundação Demócrito Rocha está lançando em fascículos dentro do Jornal O Povo um Curso de História em Quadrinhos. Participei do segundo fascículo, sobre Roteiro e Narrativa. O time de autores dos fascículos é incrível, juntando alguns dos melhores quadrinistas cearenses da atualidade. Para quem está fora do estado ou perdeu os primeiros fascículos, todo o conteúdo está disponibilizado online aqui. No site ainda tem videoaulas (incluindo uma minha sobre o mesmo tema do fascículo) e a possibilidade de receber um certificado ao término do curso. Tudo gratuito! Outras ações do projeto vão acontecer e vou divulgando pelas minhas redes sociais.
  • Além disso, nada de novo no front. Estou escrevendo dois álbuns para 2017 e minha atenção está toda neles, o que me afastou um pouco de podcasts e textos de opinião (apesar de ter coisas já feitas ainda não lançadas).

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27 de jun. de 2016

Quase (Lista do Zé #4)


Olá, olá!

Hoje é o texto do QUASE.

Minha ideia nestes textos é sempre falar sobre as últimas coisas que vi, que me chamaram atenção e que me fizeram querer passar adiante. Por um tempo cogitei que aqui era o lugar de coisas MEDALHA DE OURO, OSCARIZÁVEIS, EISNERIZÁVEIS ou, como alguns de vocês podem gostar de chamar, TOP (seguido de emojis de setinhas pra cima). Estou evitando nestas indicações ter que recorrer a coisas que estão entre os meus "melhores da vida" e procurando indicar obras mais recentes e que estejam na minha memória recente. E estas últimas semanas pertenceram a obras que não entraram entre os meus melhores, mas que chegaram QUASE lá.

(Ah, esse texto é uma cópia do que as pessoas que assinam a minha newsletter recebem. Quer receber por e-mail meus textos ao invés de ter que ficar voltando aqui? Basta colocar seu e-mail e seu nome nos campos no final deste texto e clicar em SUBSCRIBE!) 

The Bletchley Circle

Pra escrever Steampunk Ladies, mergulhei num universo de obras protagonizadas por mulheres. Não apenas obras protagonizadas por mulheres, mas obras do tipo que as mulheres diziam se identificar (afinal há um absurdo de protagonistas femininas por aí que não atraem mulheres e eu inclusive já tive oportunidade de gravar um podcast sobre isso). Dentro de um grupo no Facebook com discussões sobre a representação das mulheres nos quadrinhos, vi a série The Bletchley Circle ganhar força entre várias meninas. Na história acompanhamos quatro mulheres tentando impedir um assassino em série na Londres da década de 1950. Tramas com assassinos seriais na Inglaterra, por si só, já são bem atraentes (é uma tradição que começou com toda a curiosidade em volta de Jack o Estripador), mas aqui conta também o fato de as protagonistas terem sido “codebreakers” (ou decifradoras) em Bletchley Park, estação militar secreta real onde várias mulheres tentavam quebrar os códigos nas comunicações alemãs durante a Segunda Guerra Mundial. Em sua primeira temporada, The Bletchley Circle é um baita thriller, com atuações competentíssimas e um bom roteiro. Conta a favor toda a discussão que a série traz sobre o papel da mulher na sociedade da época, sobre machismo e sobre violência contra a mulher. Eu e minha esposa devoramos rápido a primeira temporada, que tem três episódios de pouco mais de quarenta minutos com o primeiro caso do grupo. "E por que essa série é um QUASE", você deve estar se perguntando? Por conta da segunda temporada, que infelizmente apresenta um ritmo mais lento e um roteiro um pouquinho mais preguiçoso, na minha opinião. Com quatro episódios e dois casos diferentes, a segunda parte do seriado perde muito também com a saída de uma das protagonistas da primeira. Mas ainda assim é uma daquelas coisas escondidinhas na Netflix que merece uma maratona no final de semana. Ah, tem podcast no Iradex sobre a série, num programa muito legal capitaneado pelas meninas do grupo.

Frequencies

Lançado de forma independente em 2013, conheci Frequencies (que também pode ser encontrado na internet como OXV: The Manual) numa indicação que o meu amigo Gabriel Franklin fez num podcast do Iradex. A premissa é (ou parece) ser bem simples: estamos num mundo onde cada pessoa emite uma frequência que pode ser medida. Esta frequência define seu sucesso, quase como se uma frequência maior determinasse uma maior probabilidade de você vencer na vida. Neste contexto conhecemos Zak e Marie, respectivamente uma pessoa de baixa frequência (um valor negativo) e outra de alta frequência. Por terem frequências muito diferentes, os dois mal conseguem ficar no mesmo espaço sem que um pequeno desastre aconteça. Pronto, com o universo (e toda a sociedade) condenando esta união, é claro que os jovens vão se apaixonar, numa história de amor proibido embalada por experimentos científicos e conceitos filosóficos. Mesmo com uma produção caseira, o filme consegue criar uma atmosfera curiosíssima e instigar o espectador. A primeira metade do filme usa a estranheza do mundo onde a história se passa a seu favor (e neste sentido até mesmo o jeito indie da produção ajuda). Mas aí vem o plot twist. Uma reviravolta no meio do filme diminui a força do elemento mais interessante da história pra mim: a relação entre Zak e Marie. Quando se volta para o emaranhado de filosofia e física do qual o universo da história depende, o filme perde bastante. Na verdade QUASE se perde completamente. E olha, eu fui um daqueles que amava matemática na escola e hoje adora esses filmes cabeçudos e cheios de interpretações e mesmo assim fiquei perdido no final do filme, de um jeito que eu não acho legal. Então se você gosta de filmes que te deixem pensando e que te fazem correr para ler um monte de textos a respeito, Frequencies deve lhe agradar. Se não gosta ou não tem paciência pra coisas assim, É MELHOR PASSAR BEM LONGE.


Já viu Frequencies ou The Bletchley Circle? Comenta lá embaixo e me diz se é um QUASE pra você também. Tem alguma coisa aí que você viu recentemente e quer me indicar? Aceito. :)

O texto passado gerou muitos comentários apaixonados e saudosos sobre Gravity Falls... Eu também ainda estou na fase de luto com o fim.

Ah, é sempre bom lembrar que estou colocando tudo que leio nos meus perfis no Skoob (me sigam também no meu perfil de autor) e Goodreads e o que assisto está indo pro Filmow. Cliquem nos links e me adicionem por lá. E, se já leu meus quadrinhos, não esqueça de deixar sua avaliação neles.

Sempre esqueço de dizer aqui o quanto me divirto com o meu Instagram... Tem um pouquinho do meu cotidiano lá, caso alguém se interesse.

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Bem rapidinho

  • Recentemente pude participar do podcast Os 12 Trabalhos do Escritor, do escritor AJ Oliveira. Cada episódio do podcast aborda um aspecto da carreira de escritor e tem vários convidados de alto nível (até agora já participaram André Vianco, Fábio M. Barreto, Felipe Colbert, Enéas Tavares e Eduardo Spohr). Tive a honra de falar sobre a importância da figura do leitor beta no quarto episódio do projeto. Uma coisa legal deste papo é que pude ainda falar em mais detalhes da experiência de escrever e lançar Steampunk Ladies: Vingança a Vapor, de uma forma como ainda não tinha tido oportunidade. Clique aqui para escutar.
  • Sei que bastante gente que acompanha meus textos trabalha com quadrinhos. Se você faz parte desta estatística, é bom avisar que estão abertas as inscrições para votantes do Trófeu HQMIX, o prêmio mais importante das histórias em quadrinhos no Brasil. Como votante, você pode ajudar a escolher os indicados e os premiados do troféu. Se você é desenhista, roteirista, colorista, artefinalista ou trabalha em qualquer outro aspecto da produção de uma história em quadrinhos, está apto a ser votante. Profissionais que falam sobre quadrinhos em revistas, jornais, blogs, podcasts etc. também podem se inscrever. As inscrições vão somente até dia 30/06. É só acessar este link.
E é isso. Te empolguei ou pelo menos QUASE isso?


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6 de dez. de 2010

Missão dada...

 Tropa de Elite 2 é um filme pertubador. Antes fosse pelas cenas de violência ou pelo realismo exagerado (se é que existe exagero no real). Tropa 2 pertuba por que faz pensar. Desde o primeiro filme Capitão Nascimento, personagem principal que já ganha status de herói nacional, é muito claro na sua mensagem "chuta-bundas", criticando passeatas contra a violência e questionando o posicionamento daqueles que se dizem em defesa dos direitos humanos. Acredito que não seja um posicionamento dos realizadores do filme, mas deste personagem, que na vida real seria encarado como um verdadeiro troglodita, de métodos e ações questionáveis. Participar de movimentos pró-Direitos Humanos parece, entre a parcela mais informada da população brasileira, o caminho mais lógico a se tomar e é algo difícil de se contestar (já imaginou se fosse um familiar seu preso?). Mas que solução essa parcela informada da população aponta para eliminar a violência gerada pelo tráfico de drogas no Brasil? O tapa na cara destes (dos quais parte não deixa de acender o "cigarrinho do diabo" no final de semana) proporcionado pelo filme é evidente. Enquanto se discute sobre a legitimidade de ações mais "enérgicas" contra bandidos, o brasileiro se FODE e não pode ser livre nem dentro do seu próprio bairro, como bem explica a história em quadrinhos criada pelo Felipe, do blog Tiras Experimentais. Quem dera Tropa de Elite 2 fosse exageradamente realista, pois quem sabe toda essa história de invasão do Complexo do Alemão seria apenas uma grande ação de marketing do filme.

6 de jan. de 2010

O blockbuster, o cult, o desbocado e o indie



Primeiro post do ano! E tenho pressentimento que esse ano promete... Desejo a todos um ótimo 2010. 2009 foi um ano bom para o cinema, para os quadrinhos, para a literatura... enfim, nós, cinéfilos, nerds ou qualquer tipo de apreciador de entretenimento em geral (criei um novo gênero?), nos divertimos bastante. E vem mais por aí. E sem mais lengalenga, peço perdão para a redundância e comento logo abaixo os assuntos mais comentados nesse final de ano: Avatar, Lunar, Misfits e Umbigo sem fundo.

30 de nov. de 2009

8 de set. de 2009

6 de abr. de 2009

Quem quer ser um vampiro adolescente?

Fala, moçada! Antes tarde do que nunca, venho falar um pouco sobre minhas duas últimas experiências no cinema: Crepúsculo e Quem quer ser um milionário?. De bônus, comento o DVD Watchmen - Contos do Cargueiro Negro.

Malhação vampírica

Fiquei muito desapontado com a versão cinematográfica do best-seller Crepúsculo (Twilight), de Stephenie Meyer. Não que eu esperasse muita coisa de um filme da mesma diretora de Aos Treze (já vi várias boas críticas desse filme na Internet... eu sinceramente NÃO recomendo), mas cheguei a ler as primeiras páginas do livro e tenho a obrigação de dizer que ele é bem decente. Sou obcecado por romances de vampiros e achei muito interessante a forma como a autora escreve. Não é uma Anne Rice, mas prefiro os adolescentes lendo esse livro do que assistindo Malhação. Acontece que o filme acabou se tornando mesmo uma Malhação com vampiros... Faltou ao filme a ousadia que sobra no livro, e tive a impressão de estar assistindo uma produção da Globo... Os efeitos especiais me deixaram extremamente sem jeito de tão primários, algo estranho para uma adaptação de um dos livros do momento... Talvez o problema não seja esse, e eu apenas esteja velho demais para ver vampiros em um filme tão iluminado e colorido...


Cidade das Índias

Você já viu algo da novela global Caminho das Índias? Nos poucos relances que tive oportunidade de ver, percebi uma Índia rica e colorida, onde repentinamente as pessoas começam a dançar a dança do ventre na sala de casa, sem motivo aparente nenhum... Já em determinado momento do filme Quem quer ser um milionário? (Slumdog Millionaire), o carro de um grupo de turistas é assaltado, e o personagem principal exclama para eles: "Você não queria conhecer a verdadeira Índia? Essa é a verdadeira Índia!". Esse é apenas mais um dos momentos belíssimos do novo filme de Danny Boyle, que conta a história de Jamal, um jovem que está preste a ganhar um prêmio milionário em um programa de perguntas na televisão (leia-se: Show do Milhão). Só que tudo isso não passa de um mcguffin para mostrar o lado pobre de Mumbai e os desafios que Jamal e seu irmão mais velho encararam durante seu duro amadurecimento. Difícil não comparar o filme ao clássico Cidade de Deus... Também pudera, com uma belissíma fotografia, uma edição moderna e um ótimo roteiro Quem quer ser um milionário? se diferencia pelos detalhes que te lembram que você está na capital indiana: o amor dos indianos pelo cinema e pelo cricket, os maiores call centers do mundo (você sabia disso?), o Taj Mahal... Vencedor de oito Oscar, a película trouxe reconhecimento no tempo certo para o inglês Danny Boyle, diretor de filmes como o cult Trainspotting - Sem limites e do incompreendido A praia. Melhor que isso tudo só a coreografia do elenco no final do filme, como em todo bom musical de Bollywood.

CURIOSIDADE:
da mesma forma que Crepúsculo, Quem quer ser um milionário? também é uma adaptação de um livro para o cinema.


Mais Watchmen


Assisti nesses dias os dois "complementos" de Watchmen - o filme: Contos do Cargueiro Negro (Tales of the Black Freighter) e Sob o capuz (Under the hood). Em Contos do Cargueiro Negro, temos a HQ que estava dentro da HQ Watchmen, com a macabra história de um náufrago, aqui em formato de animação, com o personagem principal dublado por Gerard Butler (o Leonidas, de 300). Dentro do quadrinho essa história faz todo o sentido do mundo, mas sozinha não faz tanto assim... Já Sob o capuz é um interessante documentário que se aprofunda no mundo de Watchmen a partir da visão de Hollis Mason, o primeiro Coruja. Na verdade, o documentário é uma forma de compensar a falta que os trechos do livro de Mason (que também tem o nome de Sob o capuz) fazem no filme. Os dois têm pouco mais de 20 minutos e se juntarão ao filme na versão do diretor, que terá uma hora a mais e sairá no futuro DVD do filme. Eu sinceramente recomendo que você vá o cinema e assista ao filme e, caso você ainda não tenha lido a HQ, só veja esses complementos já inseridos nessa montagem final em DVD. Com certeza vai dar uma base bem melhor do que é a HQ (mas só uma base, pois a experiência da HQ você só sente LENDO a HQ). Se mesmo assim quiser ver esses curtas, ambos sairão no Brasil no fim desse mês em um DVD.



8 de mar. de 2009

Watchmen: eu vi!

Uma vez um amigo me disse que nunca leria O Senhor dos Anéis. "Pô, assisto o filme e pronto". Talvez seja isso que sempre me preocupou em adaptações para o cinema. É mais cômodo e fácil trocar um grande maço de papel por algumas horas numa poltrona confortável. Ok, O Senhor dos Anéis é um grande filme. Mas com certeza fica muito aquém dos detalhes do livro que lhe deu origem. Muitos podem dizer que depois de assistir o filme, alguns lerão o livro. Mas esses já não vão ver a história da forma como ela foi concebida por seu autor. Acho que é por isso que Alan Moore sempre repugnou as adaptações de suas HQs para o cinema e sempre fez o possível para tornar suas obras infilmáveis. Uma obra de arte (seja um quadro, um livro, uma música ou que for) é filha de sua época e carrega em si o peso de sua própria linguagem. Então, amigo leitor, saiba de cara: NÃO HÁ COMO COMPARAR A HQ E O FILME DE WATCHMEN. O quadrinho é alardeado como um dos grandes momentos da nona arte. O filme apenas traz à tona ao mundo, de forma bem simplificada, o que muitos, como meu amigo no início do texto, não leram (e nem lerão) na versão impressa. Zack Snider conhecia bem a responsabilidade que havia lhe sido incubida e preferiu não se arriscar. Temos em Watchmen - o filme boa parte dos diálogos e quadros dos quadrinhos, momento a momento. Mas ainda faltam as várias hisórias paralelas da HQ, que não caberiam nas já longas duas horas e quarenta de filme. É frustante ver o primeiro contato de Rorschach com seu psiquiatra, que no filme encerra o relacionamento entre eles ali mesmo. Sem contar a história dos dois Bernies, Os Contos do Cargueiro Negro (que estarão disponíveis em DVD no final desse mês em animação), etc... Como dizem por aí, Watchmen é realmente infilmável. Mas está aí, filmado, nas salas de cinema, e, pasmem, é um GRANDE FILME também. Teve toda a pompa de um grande filme e foi adaptado em alguns pontos para um grande público (com belíssimas cenas de ação com a marca de Snyder), mas sem deixar de ser uma obra densa e pensativa. Não vai mudar o cinema como a HQ mudou os quadrinhos, mas vai mudar a forma como muitas pessoas vêem os quadrinhos de super-herói, o que já é um grande passo. Quanto às tramas paralelas, como a que acontece entre Rorschach e seu psiquiatra, para saber como termina isso, você vai ter que tirar seu traseiro da poltrona confortável e ler umas das obras mais importantes da literatura mundial.

26 de set. de 2008

Atualização BRUTA Semanal

Salve, salve!

Religiosamente uma semana depois de nossa (re)estréia, estamos de volta! No post passado falei algo sobre postar todas as semanas, mas como achei muito vago, resolvi ser mais específico: toda quinta-feira de madrugada cai um post por aqui. E este fala de vários assuntos. COME ON!

A TV QUE NÃO TEM NA TV
De repente descobri os podcasts. Comecei a acompanhar vários, mas um dos meus sites de cabeceira colocou no ar seu videopodcast, o que merece ser comentado. São dois episódios por semana do OMELETV, do Omelete. Os episódios estão muito divertidos, afinal não é em qualquer programa de TV que você assiste um papo cabeça de quase cinco minutos sobre o que é ser nerd. INDISCUTIVELMENTE HILARIANTE!

DE OLHO NO NOVO BESOURO
A série antigaça Besouro Verde, da qual meu sogro é um grande fã, mostrava uma dupla de heróis (Besouro Verde e Kato) na boa e velha luta contra o crime. Um dos grandes chamarizes do folhetim era que o parceiro do protagonista, o oriental Kato, era nada menos do que Bruce Lee, o chinesinho mais karatê de todos os tempos. Já fazia uma cara que tentavam tirar do papel o remake-longa-metragem da série. Parece que agora sai. E promete. Já sabíamos que outro chinês maluco, Stephen Chow, diretor e protagonista do maravilhoso Kung Fu Futebol Clube (Shaolin Soccer) e do bom Kung Fusão (Kung Fu Hustle) seria um dos produtores, e o papel de Besouro Verde ficaria para o ator e roteirista Seth Rogen, uma das novas revelações da comédia norte-americana e parceiro criativo do bam-bam-bam Judd Apatow (produtor/diretor de filmes como Superbad, Ligeiramente grávidos, O virgem de quarenta anos, etc). Essa semana, sites de cinema do mundo inteiro divulgaram que Stephen Chow, além de produtor, será Kato e ainda de cara dirigirá o filme, com um roteiro de Rogen! Seth Rogen tem escrito as melhores piadas do cinema norte-americano nos últimos anos, e Stephen Chow tem uma visão muito divertida para filmes de ação. Resultado: esse vai ser para assistir no cinema com pipoca e tudo. Apesar de não ser fã da série, guardo imenso respeito por tudo que envolve Bruce Lee, o que dá um brilho mais especial ainda ao projeto. Se você quiser conhecer o Besouro Verde original, basta sintonizar na TV paga o canal TCM, que exibe Besouro Verde e milhares de outras séries clássicas. ALTAMENTE AGUARDADO!

SMALLVILLE E HEROES (OU ASSISTA LOST)
Estrearam nessa semana as novas temporadas de duas das séries mais comentadas dos últimos anos: Smallville e Heroes. Smallville, as aventuras do jovem Superman (esquece o Superboy, Sílvio Santos!) teve um fraquíssimo primeiro episódio, da que pode ser sua última temporada (oitava). A temporada passada, na minha humilde opinião, foi uma das piores (salvo pelos episódios que tem a participação da Liga da Justiça e outros personagens da DC, pouco se aproveita). A série claramente vem perdendo seu charme. Os dois produtores originais já deram o fora desta última (?) temporada, o que em minha opinião não é um bom sinal. Heroes também não veio de uma boa temporada. Por conta da greve dos roteiristas, teve que se contentar com apenas 11 chochos episódios no seu segundo volume. Muitos dos defeitos desse último retornam nos dois primeiros episódios do terceiro volume. São os velhos clichês (ou seriam plágios?) de sempre... Afinal, a história de Level 5, grande estopim da temporada, já tinha sido explorada em Smallville com seu Level 23 (é isso mesmo?!), uma prisão secreta para superpoderosos. Cadê a criatividade dos roteiristas? Falta ainda suspense e calma para desenvolver a história. Mas ainda é cedo para falar das duas séries. Talvez até eu só esteja mal acostumado. Fiquei bem mais exigente em se tratando de séries quando comecei a me desatrasar em Lost. Contrariando os elogios do meu irmão (um fanático pela série), demorei a começar a assisti-la. Atualmente estou no meio da segunda temporada (das quatro existentes) e o que posso dizer... Lost é uma das coisas mais sensacionais que já vi. Cada episódio tem uma produção digna de filme hollywoodiano. Os roteiros bem amarrados vão prendendo sua atenção até você se perceber obsecado por cada detalhe em cena. DEFINITIVAMENTE RECOMENDADO!

A VIRADA DO PEBA
Faltava um comentário no meu blog sobre a arrasadora seqüência cinematográfica que veio se tornar o maior blockbuster do cinema da minha cidade. Não, não estou falando de Batman - O Cavaleiro das Trevas*. Os insanos sobralenses das autodenominadas Organizações Kootooko lançaram no final de agosto o longa-metragem Golpe do Peba 2 - Porradaria Universal. Foram três dias de filas e lotação total nas duas salas do Cinema Renato Aragão. Pude prestigiar o filme e comprovo a evolução em relação ao primeiro. Produção mais caprichada, edição eficiente, lutas coreografadas e as mesmas piadas bestas com sabor sobralense. Um clássico nordestino instantâneo. Fica ainda mais engraçado para quem é de Sobral, pelo passeio pelas conhecidas locações. É quase um grande vídeo institucional da cidade, só que cheio de palavrões e efeitos especiais toscos. SIMPLESMENTE SENSACIONAL!

AUTOMERCHAN 1
Já que estamos falando de Sobral, divulgo através do meu blog o lançamento do primeiro vídeo-clipe da minha banda, Sobre o Fim, dirigido e editado por mim mesmo. A música escolhida foi o nosso “hit”, Sobre prisões e guerras, canção criada pelo meu companheiro de banda Helder “The Machine” Lemos. Filmamos em cinco horas sem gastar nenhum tostão, e até que não ficou de se jogar fora... Clique aqui para assistir. Muito bom voltar a trabalhar com vídeo depois da minha experiência com um curta-metragem uns tempos atrás. Agora é sentar e planejar o próximo (rumo a MTV!). INDISCRETAMENTE PRETENCIOSO!

AUTOMERCHAN 2
Depois de quase um ano, meu grupo de quadrinhos conseguiu lançar a segunda edição do Gattai Zine. São duas histórias: Camaleão, de Wescley “mazela” Braga, e MetalGênesis, de Alex Soares e de meu graaaaaaande amigo Totoro (mais conhecido por aí como Sílvio Romero). Tive o prazer de editá-la, e ficou legal, viu? Tudo indica que a próxima edição sai com dois roteiros meus. INDUBITAVELMENTE EMPOLGADO!


NÃO DEIXE DE VER: The Mindscape of Alan Moore
Sou fã inveterado de Alan Moore (roteirista de Watchmen, V de Vingaça, Do Inferno e milhares de outros clássicos dos quadrinhos). DeZ (com Z maiúsculo mesmo) Vylens teve a oportunidade de filmar o lindíssimo documentário The Mindscape of Alan Moore (sem nome em português e muito menos sem previsão para sair no Brasil). Quadrinhos? É quase um assunto secundário no filme, que mostra a opinião de Moore sobre os mais variados temas, como fama, sexo, religião e magia. O interessante é ver a mente doentia do bardo inglês criar relações entre esses assuntos. Moore dá uma verdadeira aula de filosofia e mostra (para quem ainda tinha dúvidas) que é definitivamente um GÊNIO. Enquanto não sai no Brasil, não nos resta outra opção a não ser levantar a bandeira pirata, certo? EXTREMAMENTE RECOMENDADO!

E para terminar uma nota sobre o adiamento do MASA 5, evento que organizo na minha cidade voltado para o público de animê e quadrinhos. Não fiz em nenhum lugar e muito menos será aqui que apontarei os motivos e culpados (se é que existem) para que tenhamos cancelado há exatos 30 dias do evento o que poderia ser um dos grandes momentos do entretenimento sobralense, a confirmação do quão grande o MASA havia se tornado. Simplesmente existem dificuldades que você não pode dobrar sozinho. Existem momentos em que essas dificuldades trespassam os limites e te impedem de dar atenção a outras prioridades na sua vida. E aí é o momento de parar e colocar numa balança se vale a pena acreditar naquele sonho ou se já é hora de passar para o próximo da lista. Nós simplesmente precisamos de tempo para pensar sobre isso. Espero que todos possam compreender.

Entonces... Hasta jueves!

* Acho que faltava dizer isso aqui no blog: QUE PUTA FILME!