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29 de mar. de 2019

O Príncipe Dragão (Lista do Zé #22)


Olá, olá!

Com muitos projetos em andamento tá complicado impedir alguns "hiatos" nos meus textos. Nunca antes estive tão envolvido em projetos relacionados à arte como agora. Tem quadrinhos, cinema e talvez até um retorno à música em andamento. Ainda que eu não consiga dar uma data AINDA, meu próximo projeto é a continuação de Steampunk Ladies, quatro anos após o lançamento do primeiro volume. Segurem as pontas, por que está saindo.

Eu tinha preparado outro texto pra hoje, mas nessa semana consegui concluir a segunda temporada de O Príncipe Dragão, animação que eu indiquei rapidamente no texto passado. Tenho que dizer que fiquei maluco no final, pensando em várias coisas em que a série me afetou, e acabei colocando esse texto na frente para tentar convencer vocês a também conhecer a série, já que eu vejo tão poucas pessoas falando a respeito dela. Será que eu consigo?

Ah, antes disso, Cangaço Overdrive está concorrendo ao Prêmio Le Blanc de Arte sequencial, Animação e Literatura Fantástica e QUALQUER PESSOA pode votar. Concorremos na categoria HISTÓRIA EM QUADRINHOS NACIONAL PUBLICADA POR EDITORA. Se curtiu o quadrinho e quer ver seu legado continuar, separe dois minutinhos pra votar neste link: http://bit.ly/CotiaraNoLeblanc

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Quando numa San Diego Comic-Con anunciaram O Príncipe Dragão (The Dragon Prince), me empolguei bastante. À frente de qualquer descrição sobre a trama surgia apenas a frase: "Dos mesmos criadores de Avatar: A Lenda de Aang)". Como grande fã de Avatar e de sua sucessora, A Lenda de Korra, era empolgante vê-los numa tentativa de criar um novo mundo de fantasia. Mas confesso a grande tristeza quando vi o primeiro trailer de O Príncipe Dragão... Ao que parece o público infantojuvenil tem demonstrado uma certa aversão ao estilo tradicional de animação, o que tem feito a maior parte das produtoras apostar nas animações em 3D. Em OPD (vamos abreviar para facilitar) isso se repete, com o adicional de uma escolha questionável pela diminuição da taxa de quadros (efeito que faz parecer às vezes que estamos assistindo um slideshow ao invés de um desenho animado). Lá mesmo, naquele trailer, eu condenaria essa técnica. Preciso dizer que eu queimei minha língua sobre ela alguns anos depois, ao ver Homem-Aranha no Aranhaverso, que se utiliza muito melhor do mesmo recurso. O fato é que OPD nem de longe tem o charme da animação do teioso. Era o fim, certo? Como encarar uma animação que incomoda tanto? Com um bom roteiro, claro.

Na trama de OPD, os irmãos e príncipes humanos Callum e Ezran começam uma inesperada parceria com Rayla, uma elfa assassina enviada para matá-los. Trabalhando em conjunto, eles embarcam em uma jornada épica na busca de paz para seus reinos em guerra.

O tal criador de Avatar envolvido em OPD é Aaron Ehasz, na verdade um dos principais roteiristas da animação já clássica da Nickelodeon. Junto dele, outras cabeças ligadas principalmente ao mercado de videogames, pessoas que contribuíram em jogos como League of Legends e Uncharted (e vale dizer que há um game de OPD já em desenvolvimento). Com um pé na jornada aventuresca da animação de Aang, mas em alguns momentos alçando voos que a aproximariam de Game of Thrones (ou uma versão para todos os públicos dela), a equipe de criadores e roteiristas conseguiu criar um intrigante trama que explora de forma muito competente contornos familiares e políticos.

"Mas Game of Thrones, Zé? Sério mesmo?". Um dos grandes trunfos de OPD são os personagens, tão tridimensionais quanto a animação em si, o que lembra muito a série da HBO. Em muitos momentos é até difícil definir os antagonistas, criaturas tão (ou mais) interessantes que a trinca principal de protagonistas. Só no final da segunda temporada é que se tem uma dimensão maior das forças antagônicas da série (ou pelo menos eu acho que tive). Sobre os personagens, é interessante ressaltar a forma sensível como a diversidade é representada, com um casal de rainhas, um lobo deficiente físico, um pirata cego e ainda a sensacional Amaya. Esta última, uma das minhas personagens prediletas, é uma general surda e muda que se comunica com os outros personagens através de libras. Esses discursos acontecem de forma tão natural que esse é o tipo de desenho animado que eu quero que minhas filhas vejam mais e mais no futuro.

Mas o fato de ser influenciada por cenários de alta fantasia como GOT não impede que a série explore de forma muito satisfatória um dos itens obrigatórios das animações infantojuvenis: o humor. Mesmo em momentos mais dramáticos, os personagens ainda fazem piadas sobre suas próprias situações, equilibrando bem os positivos e negativos. O destaque fica para a personagem Claudia. Tão obscura quanto a magia que usa, Claudia tem alguns dos melhores momentos de humor, enquanto tem um dos arcos dramáticos mais misteriosos da série.

Tudo isso em apenas duas temporadas curtas de nove episódios cada. A animação, que é uma série original Netflix, parece estar ainda longe de terminar. E tem potencial para se tornar algo ainda muito maior.


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Salvem o príncipe dragão!

27 de dez. de 2018

Pra começar 2019 com animação (Lista do Zé #21)


Olá, olá!

Estranhou a falta de um "boas festas" no texto anterior? É por que eu ainda tinha uma carta na manga. Quem me conhece sabe que sou apaixonado por desenho animado, em todos os seus gêneros, espectros e nacionalidades. Inclusive, é um sonho meu um dia poder me envolver com isso. Então juntei algumas coisinhas pra começar 2019 com animação (tudunts!). Não é uma lista de melhores do ano por que a) nem tudo é de 2018 e b) bem que eu queria ter visto coisas o suficiente pra fazer uma lista dessa com propriedade mas o tempo não deixa. Por sinal, o que eu mais gosto das indicações abaixo é que são séries com episódios curtos e que são facilmente encaixáveis em momentos livres. E, tirando o bônus, todos estão disponíveis na Netflix. Ah, para dicas diárias e em tempo real, me siga no Instagram: instagram.com/zewellington


1. O PRÍNCIPE DRAGÃO

Foi quase, MAS QUASE MESMO, que deixei passar O Príncipe Dragão. Vendida como a nova animação das mentes criativas por trás de Avatar: A Lenda de Aang, a série se passa num mundo fantástico que me lembra mais Game of Thrones. Mas se a pegada da animação é bem mais pra família, o desenho animado e a série da HBO têm mais coisas em comum: apresentam personagens complexos e a mesma perspectiva sobre as nuances complexas entre o bem e o mal. Um dos maiores exemplos é o Lorde Viren, antagonista dessa primeira temporada. Habilidosamente os roteiristas manipulam seus interesses entre os dois lados da trama e o espectador nem sabe direito no que acreditar. E eu poderia facilmente construir um texto sobre cada um dos três personagens do grupo principal da série ou ainda dos incríveis coadjuvantes (como Claudia e Amaya), mas não quero estragar nenhuma surpresa. Resumindo: o roteiro é definitivamente o ponto alto. Como eu disse antes, eu quase dispensei a série, por conta do seu principal defeito já presente desde o primeiro trailer: a animação. A técnica de computação gráfica estranhíssima escolhida pela produção, com uma taxa de quadros por segundo reduzida, quase põe tudo a perder. Em algumas cenas de ação mais rápidas a impressão é que o vídeo está travando. Mas vá na fé, os olhos se acostumam rápido e a história envolve de uma forma que rapidamente vai embora a curta primeira temporada.

2. VOLTRON - O DEFENSOR LENDÁRIO

Estamos ainda naquelas produções em que, pelos trailers e divulgações, eu não daria nada. Remake de um anime da década de 80, Voltron - O Defensor Lendário é uma grande homenagem a essas produções de “mechas”, conhecidas vulgarmente como “filminhos de robô gigante”. A pegada aqui não é Power Rangers, mas algo mais pra Macross ou Gundam, outros clássicos japoneses. Beleza? Não, não. Esquece isso. Voltron, o robô lendário da série, se monta talvez umas quatro vezes na primeira temporada de 11 episódios da série. Capitaneado por uma experiente equipe de animação, o desenho animado ganha contornos complexos e histórias que focam no passado dos pilotos dos leões que formam o robozão. Como showrunners temos dois nomes quase ocultos do mainstream, mas que figuraram entre os principais desenhos animados lançados nos últimos vinte anos: Lauren Montgomery e Joaquim dos Santos (não estranhem o nome, Joaquim nasceu em Portugal). Os dois estiveram à frente de boa parte das boas (e algumas ótimas) animações lançadas pela DC Comics nos últimos vinte anos e ainda o já citado Avatar: A Lenda de Aang e sua continuação A Lenda de Korra. Dito isso, já se sabe o que esperar: uma trama cheia de nuances, com muita cabeça mas também bastante coração. E as lutas de robô contra monstros? Ah, tem delas também. São poucas, mas quando acontecem ocupam quase episódios inteiros e são bem empolgantes. Voltron não é a melhor coisa que você vai assistir na vida, mas vai te divertir bastante. Só vi a primeira temporada (de 2016) e assistir até a oitava já lançada é uma das primeiras resoluções para 2019.

3. HILDA

Provavelmente a melhor animação de 2018 na minha opinião, Hilda é uma adaptação da série de histórias em quadrinhos do mesmo nome, criada pelo inglês Luke Pearson. A animação aproveita um pouco dos quadrinhos, mas segue seu rumo próprio levando a personagem que dá nome às histórias para uma aventura na cidade. Olha, eu tenho duas filhas, uma de cinco e outra de três anos, e é um desafio diário encontrar coisas que consigam capturar a minha atenção e a delas ao mesmo tempo. Quando encontramos algo que elas gostam, é bobo demais pra mim. Aí eu encontro algo que eu gosto e parece perfeito pra elas e... Elas não tão nem aí. Quem é pai sabe como é. Por isso Hilda é ouro puro. Uma animação fofinha, com um design de personagens lindo, cenários de degradê hipnotizantes e trilha sonora de vídeo-game (feita pela canadense Grimes), capazes da tarefa hercúlea que é prender a atenção de uma criança com menos de dez anos. E ainda consegue usar todos esses elementos para embalar uma história poderosa, cheia de fantasia e mensagens positivas e onde nada é o que parece. E nada é por acaso também. Tudo acontece por um motivo e episódios que parecem isolados se conectam numa grande história. Hilda é uma verdadeira obra de arte da animação moderna. Se esse tipo de filme é a sua pegada, só veja.

4. RICK AND MORTY

Já falei sobre as duas primeiras temporadas de Rick and Morty (leia aqui). De uns tempos pra cá o negócio virou uma febre (e foi um dos temas que mais vi na CCXP deste ano). Então corre, por que a terceira temporada tá na Netflix! Sem dar muitos spoilers, eu adianto que é a temporada mais sombria e filosófica da série. No mesmo episódio que Rick vira um pickle (Pickle Rick!) e protagoniza uma (VIOLENTA) homenagem ao cinema de ação das décadas de 80 e 90, temos uma análise da família dos protagonistas num consultório psicológico que é um dos diálogos mais bem escritos que assisti nos últimos tempos. Rick and Morty continua uma animação MUITO ERRADA (e inapropriada para menores de 18 anos). Mas ainda assim é impossível deixar de assistir.

5. OSWALDO

Esse é um bônus, ok? Isso por que das animações que eu tô indicando aqui Oswaldo é a única que não tem na Netflix (mas deve estar disponível no Cartoon Network Já!, para quem tem CN na sua tevê por assinatura). Vivemos um momento incrível na animação nacional. O Brasil conseguiu derrubar várias barreiras e vincular seus conteúdos em canais como Discovery Kids, Cartoon Network e os canais da Disney, junto com algumas das maiores produções do mundo. E não é simplesmente uma cota sendo cumprida: algumas dessas animações estão entre as mais assistidas dos canais onde são vinculadas. Oswaldo, que mostra o dia a dia de um pinguim de 12 anos dentro de uma família “normal”, é um desses bons exemplos. Criado por Pedro Eboli e pelo Birdo Studio, a animação é um prato cheio para quem viveu sua adolescência entre internet, RPG e vídeo-games na (não mais tão próxima) década de 90. Com roteiros espertíssimos, o desenho sabe como fazer rir. Os 13 episódios da primeira temporada têm 11 minutos cada de humor bem feito para todas as idades. Oswaldo foi a animação mais assistida na Cartoon Network em 2017, mesmo enfrentando gigantes como Hora da Aventura e Steven Universo. Uma façanha merecida. E a segunda temporada vem aí em 2019.

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2018 foi um ano maluco pra mim. Mas foi o ano de Cangaço Overdrive, então acho que valeu muito a pena. Estou sendo marcado em algumas listas de melhores do ano e recebendo críticas e resenhas incríveis do trabalho (a última foi essa do Judão). Muito obrigado a todo mundo que comprou e/ou divulgou o quadrinho. Vocês me ajudaram a fazer esse ano um pouco melhor.

Para 2019 tem a continuação de Steampunk Ladies: Vingança a Vapor no forno, uma adaptação literária para HQ e uma vontade imensa de voltar à prosa (e, quem sabe, pelo menos terminar de escrever a primeira versão do meu primeiro romance). Existem outros projetos menores e muitos obstáculos. Mas eu sigo da mesma forma como sempre segui em toda minha vida: um passo por vez.

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Agora sim: um ótimo final de ano para todo mundo!

1 de mar. de 2017

Rick, Morty e o carnaval (Lista do Zé #13)



Olá, olá!

E este é o texto de fevereiro sendo entregue em... MARÇO. Carnaval + gripe dá nisso. Mas antes tarde do que nunca e o texto deste mês ainda está de pé (eu espero).

Voltaram bem da folia? Quantas horas de séries maratonadas? A indicação de hoje é para curar qualquer tipo de ressaca.

Rick and Morty

Todo mundo tem aquele amigo de Facebook (ou Twitter, para os que ainda usam) que parece prever as tendências cinematográficas ou televisivas. Não é o cara que reproduz o que os grandes sites escreve, mas que vai até onde a grande mídia não vai (ou não recebe para ir) e desencava alguma coisa legal. Foi assim que, há um tempo atrás, eu descobri a série Community, que rapidamente se tornou uma das coisas de tevê mais legais que já assisti (e um dia eu preciso escrever um texto a defendendo daqueles impuros de coração que a detratam). Esse texto não é sobre Community ainda, mas sobre a última aventura do seu criador, Dan Harmon.

Já em Community, vários episódios especiais de animação denunciavam as experiências de Harmon com desenhos animados, já que o cara montou uma empresa só pra isso. E aí, nessa minha "timelinda" das redes sociais, dois nomes começaram a ecoar: Rick e Morty. Apesar de ser apaixonado por animação, talvez eu deixasse passar, com tanta coisa pra ver... Mas aí o Sr. Google me entregou que os dois famigerados personagens que dão nome a esta animação do Adult Swim saíram da cabeça de Harmon, em parceria com Justin Roiland, dublador com programas como A Hora da Aventura e Gravity Falls no currículo. A animação surgiu a partir de uma ideia de Roiland, que produziu uma série de vídeos em flash chamada The Real Animated Adventures of Doc and Marthi, uma paródia non sense (e não recomendada para menores) de De Volta para o Futuro. É bem tosco e você pode ver aqui por sua conta e risco.

Para a tevê, Doc e Marthi ganharam novos nomes e um espectro de aventuras mais amplo: acompanhamos agora o cientista arrogante e bebarrão Rick em aventuras extra-espaciais (ou dimensionais ou CORPORAIS ou aonde for) junto com seu neto Morty. A relação entre os dois lembra muito a dinâmica consagrada em Doctor Who, do ser quase onisciente sobre o universo e tudo mais e sua companion curiosa. A diferença é que Morty é um garoto inseguro e covarde, que na maioria das vezes é arrastado para as aventuras do avô contra a sua vontade.

Tudo é muito maluco nos episódios, mas ainda assim muito bem amarrado. Com muitas referências a grandes clássicos da ficção científica, a animação tem roteiro sempre imprevisível, levando seus finais até as últimas consequências, mesmo que isso envolva humor negro e um pouco de gore. Mas é engraçado como, mesmo assim, existe uma narrativa muito clara onde acompanhamos o quanto os personagens mudam no decorrer da série. Um momento em especial tem uma força poderosa na animação: o forte final do episódio "Rick Potion #9". Dá pra se fazer uma tese de doutorado a respeito dele. De verdade. Quem assistia Community vai entender a habilidade de Dan Harmon em transformar uma aparentemente simples história para rir numa grande mensagem existencialista (alguém lembra do episódio "Remedial Chaos Theory", de Community?).

"Parece Os Simpsons ou South Park?", alguém pode perguntar. Em alguns momentos lembra o primeiro, mas os personagens (especialmente Rick) parecem ter saído do segundo. Falando nos Simpsons, uma propaganda do Adult Swim mostra o que poderia ser o encontro entre as duas séries (e já deixa bem claro as diferenças entre elas).

Mas o humor de Rick and Morty não é fácil, o que foi uma das primeiras razões para eu ter demorado a escrever sobre a animação. Explorar os problemas do American Way of Life faz com que sobrem críticas para todo mundo. Depois de ver as duas primeiras temporadas, ambas disponíveis na Netflix, fiquei maluco para conversar com alguém a respeito. São poucos os textos sobre a animação na web, me fazendo pensar que ela talvez incomode muito mais do que faça fãs, seja por seu lado gore, seja por que algumas piadas, embora não visuais, sejam de embrulhar o estômago.

Ah, a insanidade continua, por que a terceira temporada começa a ser exibida neste mês no Estados Unidos.


Já viu a série? Curtiu? Se sentiu incomodado com alguma piada? Conta aí! Responda este e-mail com seus comentários! Você pode também deixar um comentário sobre esse texto no meu Facebook, no post sobre ele.

Ah, é sempre bom lembrar que estou colocando tudo que leio nos meus perfis no Skoob (me sigam também no meu perfil de autor) e Goodreads e o que assisto está indo pro Filmow. Cliquem nos links e me adicionem por lá.

Já leu Quem Matou João Ninguém? ou Steampunk Ladies? Que tal ir no Skoob e avaliá-los? Você ajuda a mais pessoas saberem se os livros são para elas:

 

Bem rapidinho

  • Quem Matou João Ninguém? e Steampunk Ladies chegaram ao Kindle, para quem sempre me perguntava! Procure na Loja Kindle, caso já seja um adepto da leitura digital como eu.
  • Em mais um episódio da série Roteirismos, do Avantecast, eu e o PJ Brandão conversamos com a Petra Leão (roteirista da Turma da Mônica Jovem) e a Débora Santos (nome em crescimento no quadrinho cearense alternativo) sobre arte comercial e autoral. E ficou bem legal. Escuta aí!
  • E reforçando: vai rolar a CCXP Tour, em Recife, durante a semana santa. Estarei lá, no Centro de Convenções de Pernambuco, de 13 a 16 de abril, dividindo mesa com o parceiro Nycolas Di. Se vai, quero te encontrar lá!
Conhece alguém que gostaria de receber meus textos? É só encaminhar este e-mail e pedir para ele clicar neste link: http://bit.ly/listadoze

Acabou o carnaval, bora nós pra mais um ano!


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31 de mai. de 2016

A gravidade cai (Lista do Zé #3)




 Olá, olá!

Tô tentando ficar em dias com minhas coisas, com meus trabalhos, com minhas filhas, tudo assim mesmo no plural. E quase, EU DISSE QUASE, não saiu e-mail este mês. Apertou tudo, mas apertou também a minha vontade de escrever sobre um desenho animado pra vocês. Só um, no singular. Mas vai valer a pena.
(Ah, esse texto é uma cópia do que as pessoas que assinam a minha newsletter recebem. Quer receber por e-mail meus textos ao invés de ter que ficar voltando aqui? Basta colocar seu e-mail e seu nome nos campos no final deste texto e clicar em SUBSCRIBE!) 

 

A gravidade cai

Desde que nossa primeira filha nasceu que eu e minha esposa temos tentado ter bastante cuidado com o que vemos na tevê. Eu, que sempre fui fã de produções mais realistas e mais cruas, encarei o desafio de encontrar coisas com uma pegada mais “para toda a família”, mas que não duvidassem da inteligência das minhas filhas (e nem da minha mesma). Exatamente por ser fã deste conteúdo mais pesado (e concentrar boa parte da minha produção como autor neste sentido) é que admiro demais quando um autor consegue acertar em cheio numa produção para todas as idades. E este é o caso de Gravity Falls - Um verão de mistérios, animação do Disney Channel. Apesar de ter iniciado em 2012, só descobri GF recentemente, após um post no site Collant sem Decote. A capinha do desenho animado já tinha me chamado atenção várias vezes entre as opções da área Kids da Netflix, mas depois de ler o texto resolvi iniciar uma maratona junto com a Lana, minha filha de dois anos. Conhecemos a história de Dipper e Mabel, casal de irmãos gêmeos que vão passar as férias de verão com seu tivô (uma abreviação de tio-avô), Stan, proprietário da Cabana do Mistério, uma “armadilha para turistas” numa pequena cidade do Oregon chamada Gravity Falls. Mas esta cidadezinha guarda segredos. A partir da descoberta de um misterioso livro, Dipper inicia uma jornada para descobrir o porquê de tantos eventos sobrenaturais acontecerem na cidade, sempre acompanhado por Mabel e vários coadjuvantes divertidíssimos. A estrutura da história é a que ficou consagrada em produções como Arquivo X, com o “monstro da semana”. E aí é que começam os diferenciais do desenho. Cheio de mensagens secretas, códigos e mistérios apontando para uma trama de fundo maior, GF entretêm as crianças com o nonsense típico dos desenhos animados mais atuais (uma função de Mabel na narrativa), mas honrando a tradição de histórias de teorias da conspiração cheias de simbolismos numa narrativa mais linear (personificada no metodismo de Dipper). Assim se faz um produto que REALMENTE É para adultos e crianças. Sim, por que muita gente acha que dizer que um produto é destinado para todas as idades é o mesmo que dizer que ele é feito para crianças. Nã-nã-ni-nã-não. Com várias camadas narrativas, Dipper e Mabel atingem públicos diferentes de formas diferentes. As gags (obrigado, Luis Carlos Sousa, por me lembrar o termo) estão lá, mas também estão a complexa trama de conspiração e os milhares de easter eggs para os pais na casa dos trinta. Se você já cruzou esta linha, como eu, pode comemorar: você vai se divertir muito. Referências a animações em stop motion, jogos de luta (o que rende um dos melhores episódios da série), viagens no tempo e RPG são aquele temperinho secreto da série. E como eu sei que existe uma parcela de pais atuais que tem que se esforçar para entender/gostar dessa nova linha de animações capitaneada pela Cartoon Network, fique tranquilo: Gravity Falls está mais para um Duck Tales modernizado do que para A Hora da Aventura. Mesmo sendo um sucesso absoluto de audiência no canal e com vários prêmios no currículo, a animação teve uma exibição bem irregular. Com apenas duas temporadas, GF começou em 2012 e terminou somente em fevereiro de 2016. No Brasil o final da série acabou de ser exibido pelo Disney Channel, quase quatro anos após seu início. Existe MUITA coisa ainda que eu poderia falar sobre a série, que tem um monte de personagens com mensagens muito legais (a dupla de policiais e a personagem Grenda são meus destaques), um episódio piloto absurdo de bom (que coloca esse desenho animado entre as coisas sobre irmãos mais legais que já vi, junto com Fullmetal Alchemist), um dos melhores vilões infantis de todos os tempos, uma abertura cabulosíssima e um final emocionante. Dava pra falar mais coisa, mas vou deixar alguns mistérios pra você desvendar.

Tem alguns episódios de Gravity Falls para ver gratuitamente no site do Disney Channel. E tá lá na Netflix, embora incompleto até o momento em que escrevi este texto (faltam os últimos sete episódios da segunda temporada, provavelmente por que eles foram exibidos recentemente no Brasil).
(dois em cada três textos sobre Gravity Falls usam este gif para convencer as pessoas a assistirem a série)
Já viu Gravity Falls? Deixa um comentário pra gente conversar a respeito (E A VONTADE QUE SE TEM É DE CONVERSAR COM ALGUÉM DEPOIS DO FIM).

Depois do texto passado recebi a indicação do Max Krichanã da HQ Providence, nada menos que Alan Moore explorando Lovecraft. Já esperando a Panini colocar essa belezura em alguma estante ao meu alcance.

É sempre bom frisar que estou colocando tudo que leio nos meus perfis no Skoob (também no perfil pessoal) e Goodreads e o que assisto está indo pro Filmow. Cliquem nos links e me adicionem por lá. E se já leu meus quadrinhos, (IMPORTANTE! IMPORTANTE! IMPORTANTE!) não esqueçam de deixar a avaliação de vocês.

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Bem rapidinho

Depois de assistir Gravity Falls, manda uma mensagem pra sua irmã ou pro seu irmão. Eu mandei pros meus. ;)

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